Foto: Rua Padre Pedro Pinto, 1948.

 

1. ORIGEM:

A ocupação provável da região de Venda Nova data do século XVIII. Pesquisas dos últimos anos localizaram documentos de 1781, que solicitavam autorização para comércio de secos e molhados junto aos tropeiros que passavam pelo lugar. No ano de 1784, dados históricos apontam para a existência de 2.300 habitantes. Em 1787, os moradores pediam a construção de uma capela na região.

Venda Nova pertenceu a Sabará, Santa Luzia e Ribeirão das Neves antes de ser definitivamente anexada à capital. Quando a capital foi inaugurada, alguns moradores deixaram o antigo Curral Del Rey para se instalar no bairro.

O cronista Benvindo Lima, que registrou a história contemporânea da capital em seu livro Canteiro de Saudades(1910-1950), conta-nos que o povoado de Venda Nova era conhecido como Santo Antônio dos Clementes – nome dado pelos primeiros moradores.

Foi quando um português conhecido na região, abriu uma venda que oferecia todo tipo de produtos – de arroz e toucinho a querosene, caso raro na época. Como o estabelecimento era muito organizado, ganhou destaque e freguesia. Os clientes vinham de todas as partes, atraídos pelas vantagens da venda nova.

Há referências de vários nomes anteriores para a região, como Santo Antônio do Barranco e Santo Antônio de Venda Nova. Pela tradição oral, conta-se que o nome atual surgiu para identificar uma venda, que era mais nova em relação às anteriores.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

Ao longo do tempo, a região desenvolveu-se de forma autônoma, criando uma outra cidade dentro da capital. Desde a década de 50, quando a ocupação se intensificava, vários bairros apareceram. Venda Nova começava, então, a ganhar seu caráter de cidade dormitório. Grande parte da população saía para trabalhar no Centro e em cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Até 1948, quando se tornou definitivamente parte da capital, Venda Nova manteve estrutura semelhante à que possuía no início do século XX. Como sua ocupação ocorreu sem planejamento, as construções foram surgindo de forma indiscriminada e até irregular. Nos anos 60 e 70, os próprios fazendeiros lotearam suas terras, anotando em um caderninho o nome dos compradores e valor da dívida, conta a historiadora Ana Maria da Silva, autora do livro Lembranças ... Venda Nova, com um pouco história da região por meio de fontes orais.

Segundo ela, Venda Nova se formou a partir de pessoas simples, que viviam da terra. A região não constava sequer da zona rural de Belo Horizonte. Por muitos anos, iluminação, transporte e enchentes foram problemas sérios e rotineiros. A partir de 1970, verificou-se uma melhoria no tocante aos investimentos públicos. Mesmo assim, em 1972, surgiu na região um forte movimento de emancipação, que entretanto, não obteve sucesso, mas motivou a criação, em 1973, da Administração Regional de Venda Nova, que atendendo aos anseios da população, veio descentralizar vários serviços prestados pela Prefeitura de Belo Horizonte.

Em 1987, com a criação de mais sete Regiões Administrativas em Belo Horizonte, a região de Venda Nova foi redividida, dando origem à atual área jurisdicionada da região de Venda Nova, a área da região Norte e parte da região da Pampulha.

Um grande volume de obras estruturantes como o alargamento e melhorias da Rua Padre Pedro Pinto, no início da década de 90; a aprovação do centro urbano de Venda Nova, pela Prefeitura de Belo Horizonte, em 1995; a canalização do córrego do Vilarinho e a modernização da MG-10, estrada que corta Venda Nova, incrementaram o setor comercial da região. Mas uma obra que merece destaque, e durante muitos anos foi aguardada pela população, foi a conclusão da Estação Vilarinho, que levou o metrô de superfície até a região. Com a construção da Linha Verde e a anunciada transferência do Centro Administrativo do Estado para o bairro Serra Verde, espera-se mais desenvolvimento e progresso para a região.

O comércio local é forte e competitivo. Destaca-se neste quadro o Shopping Norte, inaugurado há 7 anos, uma referência para a região. Outros 5 centros de compras estão sendo construídos, sendo um no bairro Candelária, um no Céu Azul, um no Mantiqueira e outros dois na Rua Padre Pedro Pinto, centro comercial de Venda Nova.

O centro comercial de Venda Nova conta, também, com inúmeras agências bancárias, agências de correio, COPASA, TELEMAR, CEMIG, cartório, delegacia de polícia civil, Companhia de Polícia Militar e inúmeras igrejas e templos, das mais diversas religiões.

A população de Venda Nova tem diversas opções de lazer, oferecidas por várias casas noturnas, salas de cinemas e clubes recreativos localizados na região. Merece destaque, também, o Jockey Clube, o Autódromo Serra Verde(futuro Centro Administrativo do Governo Estadual) e o SESC - Serviço Social do Comércio, que possui o maior centro de convenções e de lazer da América do Sul, abrigando um grande complexo esportivo, cinema, 2 teatros, biblioteca, galeria de arte, restaurante, atraindo turistas de todas as partes.

As principais bacias hidrográficas da região de Venda Nova são as bacias do córrego da Floresta, córrego Vilarinho e córrego do Nado. Sua altitude varia entre 751 a 850 metros, sendo que, no norte da região, há uma variação de 851 a 1000 metros. Venda Nova encontra-se sobre o embasamento cristalino, constituído por rochas granito-gnáissicas.

Estão localizados na região, 3 parques abertos à visitação pública: o parque Alexander Brant, o parque do Conjunto Habitacional Lagoa e o parque CEVAE - Serra Verde, e ainda, os parques da Bacia de Retenção do Córrego Vilarinho, Serra Verde e o parque de Lazer Jardim Leblon.

A região de Venda Nova, de acordo com os dados do Censo Demográfico 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, possui uma população de 245.334 habitantes, sendo 126.632 mulheres e 118.702 homens.

A extensão territorial da região é de 28,30 Km², com uma densidade demográfica de 8.670,58 hab./Km², distribuída por suas Unidades de Planejamento:

UP BAIRROS/POPULAÇÃO*

MANTIQUEIRA/SESC Maria Helena, Mantiqueira, Jardim dos Comerciários, Nova América. / 44.448 habitantes.

SERRA VERDE Serra Verde, Alvorada. / 17.150 habitantes.

PIRATININGA Lagoinha, Lagoa, São Paulo (Piratininga), Letícia (Sul da av. Vilarinho), Rio Branco, SESC (parte), Flamengo. / 47.212 habitantes.

JARDIM EUROPA Letícia (Norte da av. Vilarinho), Europa, Minas Caixa, SESC (parte). / 27.035 habitantes.

VENDA NOVA/CENTRO Centro de Venda Nova, Candelária. / 16.879 habitantes.

CÉU AZUL Céu Azul, Sta. Mônica (Mãe dos Pobres), São José/Céu Azul (Vila dos Anjos). / 27.177 habitantes.

COPACABANA Leblon, Copacabana, Santa Mônica, Jardim Leblon, Universo/Copacabana II, Várzea das Palmas/Itamarati, N.S.Aparecida (parte), Copacabana I (parte). / 51.367 habitantes.

SÃO JOÃO BATISTA São João Batista, N.S. Aparecida (parte). / 14.066 habitantes.
*IBGE-2000.

Na área de educação, a região possui 29 escolas municipais, incluindo a Escola Municipal de Ensino Especial, 22 escolas estaduais e várias particulares, das quais destacamos, o Instituto Roosevelt e a Faculdade de Engenharia Kennedy. Localiza-se, também, na região, o CESU - Centro de Estudos Supletivos, estabelecimento de ensino de suplência público estadual.

Na área de saúde, Venda Nova conta com 12 centros de saúde, 1 unidade de pronto atendimento - UPA, 1 farmácia distrital e 1 central de material esterilizado. Conta, ainda, com 1 agência do IPSEMG, 1 maternidade - Mater Clínica, 1 clínica - Clínica Maria Amélia, 1 hospital psiquiátrico - PSICOMINAS, 1 hospital geral - Hospital Dom Bosco, que são coordenados e avaliados pela Prefeitura de Belo Horizonte. Recentemente, foi inaugurado o atendimento de urgência do Pronto Socorro Estadual de Venda Nova, que, após concluído, deverá ser o maior Hospital de Pronto Socorro do Estado, sob o gerenciamento da UFMG. Venda Nova possui inúmeros consultórios de médicos, dentistas, psicólogos e laboratórios de análise clínica, com atendimento a clientes particulares, convênios e SUS.

Quanto à habitação, o Censo Demográfico 2000 mostrou, também, que a região possui 64.894 domicílios particulares permanentes, em que cerca de 89% são casas. Dos responsáveis por esses domicílios, 71% são homens e quase 27% têm entre 30 e 39 anos. A maior parte - 50,19% -tem um rendimento entre ½ e 3 salários mínimos.

A Prefeitura de Belo Horizonte começou no mês de abril de 2007, a implementação da primeira etapa do projeto Saneamento para Todos (Drenurbs). Já estão instalados três canteiros de obras nos bairros Aarão Reis, Primeiro de Maio e Jardim Europa, onde estão sendo investidos R$ 29,82 milhões, em parceria com o Banco Intera-me-ricano de Desenvolvimento. A meta é entregar à cidade, no ano que vem, totalmente despoluídos, os 2,5 quilômetros de cursos dágua que compõem as bacias dos córregos Nossa Senhora da Piedade, Primeiro de Maio e Ba-leares, nas regiões Norte e Venda Nova.
As obras incluem a implantação de redes de esgoto, parques, praças, ações de educação e outras medidas de recuperação e preservação ambiental.

Para fazer as intervenções, a Prefeitura removeu e reassentou as famílias que viviam em áreas de risco.

Inserido no Programa de Saneamento Ambiental de Belo Horizonte, o Drenurbs orienta ações coordenadas para despoluir e promover a recuperação ambiental de 48 bacias hidrográficas que reúnem 73 córre-gos, somando 140 km de cursos dágua que correm em leito natural numa extensão de 177 km2, abrangendo 51% da área total do município, onde residem 45% dos habitantes da cidade. Por isso, além de promover a melhoria das condições locais de saúde, lazer, saneamento, transporte e meio ambiente, o Drenurbs orienta intervenções estruturantes de urbanização que têm impacto global no desenvolvimento da cidade.