Bairros de BH.

*Fonte: Secretaria Municipal de Gestão Compartilhada da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.

 

Belo Horizonte possui 487 bairros, conforme a lei 9.691. Segundo dados do Censo 2010, os mais populosos (Sagrada Família, Buritis e Padre Eustáquio) possuem acima de 28 mil moradores. Este é um numero elevado, se considerarmos que, entre os 853 municípios de Minas Gerais, apenas 14% (116) possuem mais de 28 mil residentes. 

 

Dentro da mesma lógica, 89 bairros da capital têm população superior a 10 mil – mais da metade dos municípios do Estado não atingem essa marca. Tudo isso indica a complexidade socioeconômica e cultural abrigada em único destes grandes bairros da capital mineira. 

 

Este, no entanto, não é o quadro geral da cidade: muitos dos bairros se constituem de apenas algumas dezenas de famílias. Qual é, então, o sentido e a importância do bairro no contexto da cidade contemporânea?

 

Os sentidos atribuídos à palavra são vários. A mais frequente definição faz referência ao fato de que o bairro é a unidade elementar de uma cidade, a menor parcela de um centro urbano. Apesar da simplicidade da definição, ela nos remete a aspectos importantes da vida urbana. Existem várias divisões possíveis num espaço urbano, tantas quantas sejam nossas intenções ao fazê-lo, etc. Por que, então, o bairro ainda é apresentado como a “menor divisão da cidade”? 

 

Uma explicação razoável seria a seguinte: a cidade é um ambiente complexo: ali convivem e se complementam espaços de moradia, espaços de troca e atividades econômicas; espaços de encontro, lazer, celebração e festa; áreas de uso e convívio; áreas domésticas de uso privado de cada família. Mas principalmente, todos esses lugares e espaços ganham sentido porque uma população, uma sociedade se identifica, se apropria, usa, defende e tem preocupações comuns com cada um deles (os espaços) e com o seu conjunto. 

 

Sem isso, sem essa identificação entre espaço e sociedade, não há cidade, embora possa haver espaço construído e pessoas. 

 

Sendo um recorte administrativo, ou um espaço limitado por barreiras físicas, o bairro de fato ganha sentido pela identificação com uma população que ali enxerga suas raízes, suas relações de vizinhança, sua história. Essa comunidade projeta essa identidade nos espaços do bairro, especialmente nos espaços comuns – praças, igrejas, mercados populares, áreas de encontro e lazer.