Foto: Bairro Caetano Furquim, 2011.

 

BOA VISTA:

1. ORIGEM:

O Bairro Boa Vista integra a Região Leste da Capital e surgiu a partir da década de 1950, quando a cidade vivenciava um enorme crescimento, principalmente devido à industrialização do município.

Como a população aumentava muito nessa época e os bairros fora da área central já tinham esgotado seu potencial de ocupação, a alternativa adotada pela Prefeitura de Belo Horizonte foi acelerar o processo de loteamento das regiões mais afastadas para atender as necessidades de mais moradias.

Quando foi criado, o bairro não possuia nenhum tipo de infra-estrutura, como rede de água e esgotos, escolas e postos de saúde e as ruas eram de chão batido. 

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA-ESTRUTURA:

Hoje a situação é bem diferente. O bairro possui completa infra-estrutura, e conta desde o seu início com uma localização privilegiada.

Se na década de 1950, o fato de ficar entre dois ramais férreos fazia com que seu acesso fosse facilitado, hoje, as 4 linhas de ônibus que o servem (9205, 4802, 4801 e 7980), melhoraram ainda mais a qualidade de vida dos moradores. Pela Avenida dos Andradas, de automóvel, são necessários apenas 7 minutos para se chegar a área central.

Segundo pesquisa do IPEAD/UFMG, o Bairro Boa Vista se classifica como popular.

Os valores médios de aluguel na região estão em torno de R$ 452,00, para apartamento de 2 quartos. Já para compra e venda, apartamentos de 3 quartos foram avaliados entre R$ 82.000,00 e R$ 270.000,00.

CAETANO FURQUIM

1.ORIGEM:

Localizado na Região Leste de Belo Horizonte, o Caetano Furquim surgiu, como outros bairros da região, seguindo os trilhos da estrada de ferro e acompanhando o curso do Ribeirão Arrudas. Tanto é assim que seu nome faz referência a um importante advogado, banqueiro e empresário brasileiro, nascido em Camanducaia, no Sul de Minas, em 1816, e morto em 1879.

Empreendedor, Caetano José Furquim de Almeida aproveitou a oportunidade que teve, em 1847, de fazer uma viagem à Alemanha para tratar de uma lesão cardíaca e levou escondido dos empresários ferroviários ingleses e norte-americanos todo o traçado da linha férrea que pretendia construir no Rio de Janeiro. Lá, teve acesso ao sistema de ferrovia por cremalheira e contratou, com recursos próprios, os irmãos engenheiros Waring para projetar o traçado de uma linha férrea que, vencendo a Serra do Mar, chegasse à região Sul fluminense e às províncias de Minas Gerais e São Paulo.

Esses estudos acabaram por ser o embrião da Companhia Estrada de Ferro D. Pedro II, fundada em 1853, na casa do fazendeiro Francisco José Teixeira Leite, futuro Barão de Vassouras, na cidade de Vassouras, Rio de Janeiro, e que foi a origem da Estrada de Ferro Central do Brasil. Em Belo Horizonte, por volta de 1900, foi inaugurada a Estação Freitas, que em 1930 ganhou o nome de Caetano Furquim, e se localizava no bairro da Região Leste.

Morador do Caetano Furquim há 55 anos, o aposentado José Geraldo Braz se lembra de quando a estação ferroviária do bairro estava em funcionamento. Tanto que ele até a utilizava para fazer seus passeios “Ia muito a Rio Acima para nadar, pela estação”, conta, fazendo referência a um dos municípios que fazem parte da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Daquela época para cá, muita coisa mudou no bairro, que agora está mais bem estruturado. Mas nem sempre foi assim, como lembra o aposentado. “Praticamente nasci aqui. Mas quando me mudei, não havia luz, rede de esgoto ou asfalto. Água, era só de cisterna”, fala José Geraldo.

Mas, naquela época, já havia casas, apesar de as ruas não serem sequer calçadas. O comércio também já fazia parte do cenário do bairro. “Tinha tudo. Mercearia, onde a gente comprava mantimento, produto de limpeza e anotava tudo no caderno, para pagar no fim do mês”, conta José Geraldo.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA-ESTRUTURA:

Mesmo assim, houve mudanças significativas. “Hoje, as ruas são todas asfaltadas e o comércio ampliou muito”, fala o aposentado. Além disso, o transporte público se tornou mais fácil, com quatro linhas de ônibus: 9211 e 9214 (Caetano Furquim/Havaí), 9411 (Casa Branca/São José) e 9250 (Caetano Furquim/Nova Cintra via Savassi).

Para chegar ao Caetano Furquim de carro também está mais fácil, já que as duas vias de acesso, as avenidas dos Andradas e Silviano Brandão, foram asfaltadas. No bairro, as vias principais, segundo José Geraldo, são as ruas Potomaio e a Piranguinho.Por tudo isso, o aposentado nem pensa em se mudar do bairro. Além disso, as lembranças da infância e da adolescência contribuem fazer com que ele tenha uma forte ligação com o Caetano Furquim. “Adoro morar aqui e não saio de jeito nenhum. Aqui é bom demais. Conheço todo mundo e jogava bola no campo onde hoje é a Escola Municipal Wladmir de Paula Gomes”, conta. 

O Caetano Furquim também experimentou progresso em relação aos imóveis, antes restritos somente a casas. Apesar de haver poucos prédios, eles já fazem parte do cenário do bairro e não é difícil encontrar ofertas de aluguel. “Só que ficou muito caro”, completa José Geraldo.

De acordo com a Pesquisa do Mercado Imobiliário de Belo Horizonte realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis da UFMG (Ipead), realizada em abril, o valor de aluguel praticado no bairro para apartamento de dois quartos, considerando sua classificação como “popular”, é de R$ 543,45. Para comercialização, os preços variam entre R$ 142.013 e R$ 216.785. Segundo o levantamento, o Caetano Furquim é classificado como “popular”, pois a renda média dos chefes de família no bairro é inferior a cinco salários mínimos.

 

COLÉGIO BATISTA

1.ORIGEM:

A origem do bairro e do nome do Colégio Batista, localizado na região Leste, estão ligados ao Colégio Batista Mineiro, uma instituição de ensino inaugurada em 1º de março de 1918, na Rua Tupinambás, Centro de capital, que a partir de 1920, se transferiria para a região Leste.

Segundo o professor aposentado Armindo de Oliveira e Silva, que dirigiu o colégio por 23 anos e hoje é responsável pelo Núcleo de Preservação da Memória do Colégio Batista Mineiro, até 1920 a região era tomada pelo mato.

Naquela época, quando o colégio funcionava no Centro, foi adquirido um terreno, que ficava entre as ruas Pouso Alegre e Jacuí, para a construção da nova sede.

No lugar, havia o palecete do então senador Sabino Barroso, que teve de ser demolido, em 1944, pela Prefeitura de Belo Horizonte, para extensão da Rua Januária, continuação da Rua da Bahia.

Até 1927, o bairro Colégio Batista possuía apenas as ruas Plombagina, Ponte Nova, Machado, Varginha, Saldanha da Gama e Sabará.

Na medida em que o colégio foi vendendo parte de sua área, novas ruas foram surgindo. Curiosamente, a maioria destas ruas foram batizadas com nomes de cidades do interior do Estado.

2.DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

Hoje, o bairro Colégio Batista tem cara nova. É completamente urbanizado, tem ruas limpas, praças bem cuidadas e oferece excelente infra-estrutura.

Praticamente tudo é oferecido no tocante a produtos e serviços.

Mas a região não conta com atendimento bancário e hospitalar, o que é suprido pelos bairros vizinhos Floresta e Concórdia, onde os moradores encontram uma vasta rede de agências bancárias, além do Hospital São Francisco.

Os principais pontos de lazer estão concentrados nas praças Alberto Mazoni, localizada na Rua Ponte Nova, em frente ao Colégio Batista Mineiro, e na João Balbino, localizada na Rua Sabará, com Rua Aristides Ferreira, que estão bem conservadas.

A população estimada do bairro, segundo IBGE, está na faixa dos 2.374 moradores.

ESPLANADA

1.ORIGEM:

Apesar de antigo, o bairro Esplanada, localizado na região Leste, não é muito conhecido pela população, se comparado a outros com características semelhantes.

A sua ocupação tem aproximadamente 30 anos, e as principais vias de acesso são as avenidas Silviano Brandão e Andradas, além da Rua Niquelina, passando-se pelo bairro Pompéia.

A proximidade com a região central não afetou a tranquilidade do bairro, que conserva alguns constumes típicos de uma cidade do interior.

A população se renova, mas é essencialmente formada pelas mesmas famílias que deram origem à ocupação inicial, afirma a corretora de imóveis Maria Vasconcelos, que mora no Esplanada há 42 anos.

2.DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

Bem conservadas e arborizadas, as praças Santa Rita e Nossa Senhora da Abadia(localizada na divisa com o bairro Pompéia), são pontos de encontro dos moradores.

Localizada na região central do bairro, a primeira serve como espaço de concentração para os eventos culturais promovidos eventualmente na região.

Ocupado na maior parte por casas unifamiliares, nos últimos anos tem sido verificado um significativo aumento no número de edifícios de pequeno porte, que ocupam terrenos anteriormente baldios ou tomam o lugar de casas mais antigas.

A população do Esplanada do bairro está estimada em 8.800 moradores.

FLORESTA

1.ORIGEM:

O bairro Floresta, localizado na região Leste, nasceu como subúrbio.

Foi um dos primeiros locais de moradia dos operários que trabalharam na construção da capital.

Eles chegaram a construir diversos casebres no local, que posteriormente deram lugar a casarões, dentre eles o famoso palacete do Conde de Santa Marinha, construído em 1896, que tornou-se a primeira residência fora dos limites impostos pelo projeto original do engenheiro Aarão Reis.

O palacete nem chegou a ser habitado, já que seu dono faleceu no Rio de Janeiro, enquanto buscava a família para viver na nova capital.

No princípio, o bairro era formado por chácaras que, segundo historiadores, eram responsáveis pelo abastecimento de hortifrutigranjeiros da capital recém inaugurada.

Os vestígios da primeira forma de ocupação ainda existem. A área da Praça Comendador Negrão de Lima, é um exemplo. Ela está no local onde existia a chácara da família Negrão de Lima. A sede da propriedade, situada na Rua Leonídia Leite, continua preservada e foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais.

A origem do nome Floresta é controversa.

A história mais conhecida, relatada pelo historiador Abílio Barreto, conta que um hotel boêmio chamado Floresta teria motivado o nome.

Outra relata que quando as pessoas se dirigiam até a região, diziam estar indo para os lados da Floresta.

Uma outra versão diz que o nome está ligado à paisagem verde que se avistava, olhando a partir do Centro.

Outra curiosidade é a Rua Célio de Castro, entre a Rua Pouso Alegre e a Avenida do Contorno. Muitos hoje acreditam que o nome foi dado graças ao ex-prefeito de Belo Horizonte, mas, na verdade, a homenagem foi feita a um dentista. “ Nesta rua, chamada anteriormente de Rio Preto, havia um consultório dentário e o seu proprietário, Célio Garrão de Castro, prestava serviços gratuitos a pessoas carentes. Com o seu falecimento, os moradores pediram à prefeitura para mudar o nome da rua”, explica o jornalista Luis Góes, em seu livro "Bairro Floresta: História e Toponímia".

Na década de 40, o adro da Igreja Nossa Senhora das Dores, era o local preferido para moças e rapazes para o footing ( do inglês, ir a pé). As mulheres – todas com seus melhores vestidos, salto alto, maquiadas e perfumadas – desfilavam, como se estivessem em um tapete vermelho.

Na região moraram personalidades ilustres como o poeta Carlos Drummond de Andrade, Pedro Aleixo, Negrão de Lima e até o compositor carioca Noel Rosa, que na ocasião veio passar uma temporada em Belo Horizonte em busca da cura da tuberculose que o afetava.

Outro compositor não menos importante, Rômulo Paes, cantou o bairro em versos: minha vida é esta/subir Bahia, descer Floresta.

2.DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

O bairro Floresta é um bairro com infra-estrutura completa e não possui favelas ou áreas invadidas em suas imediações.

Conta com uma variada rede de estabelecimentos comerciais, dentre eles os enxovais da Casa Pérola, as tortas e doces da Confeitaria Momo e as balas de licor da fábrica de chocolates Lalka, dentre outros, distribuídos pelas ruas Itajubá, Curvelo, parte da Rua Pouso Alegre e nas avenidas do Contorno e Silviano Brandão.

Culturalmente, o bairro também é destaque. Atrai muitas manifestações artísticas que ganham destaque no Teatro Alterosa, na Praça Comendador Negrão de Lima e, há seis anos, na sede do Giramundo, que abriga uma escola de teatro de bonecos e um museu, responsáveis pelo maior acervo de marionetes do Brasil.

Entre Santa Efigênia, Santa Tereza, Horto, Centro, Lagoinha, Colégio Batista, Concórdia e Sagrada Família, o bairro Floresta é cortado pelas avenidas do Contorno, Francisco Sales e pela charmosa e arborizada Assis Chateaubriand.

Outras importantes vias de acesso ajudam a delimitar a região, como as avenidas Cristiano Machado e Silviano Brandão.

Ligados por dois braços históricos – os viadutos Santa Tereza e Floresta- o bairro e o Centro mantêm uma relação de amor e ódio.

Afinal, para os moradores, viver próximo da região central é um privilégio estratégico, mas significa também mais poluição e trânsito intenso em ruas que permanecem estreitas.

Independentemente das contradições e divergências urbanas entre o passado e o presente, o Floresta continua a fazer sua própria história.

HORTO

1.ORIGEM:

Bairro de ferroviários, o Horto, localizado na região Leste, teve seu desenvolvimento ligado à Central do Brasil, posteriormente Rede Ferroviária Federal S/A.

O terreno onde os funcionários foram instalados pertencia à empresa e não tinha urbanização ou transporte adequados.

Além dos ferroviários, algumas partes do bairro foram ocupados por invasões.

O nome do bairro é creditado à Fazenda Horto Florestal, antiga propriedade do Estado de Minas Gerais, hoje ocupada pelo SENAI e pela UFMG.

O footing – passeio a pé , para espairecer, comum nos 50 - acontecia na Rua Pouso Alegre. Àquela época haviam bailes, peças teatrais e apresentações da Banda Filarmônica Primeiro de Maio, recentemente criada, além dos bailes noturnos do Independente Esporte Clube.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

As casas dos ferroviários foram quase todas alteradas e o bairro perdeu a característica dos primeiros anos, preservando, entretanto, algumas marcas tipicamente humanas, como a amizade entre os moradores mais antigos.

A Associação de Moradores do Horto/Instituto Agronômico relata que a renda média do bairro caiu nas últimas décadas, principalmente após a entrada em funcionamento do presídio feminino e da FEBEM, hoje centro de reabilitação de menores infratores.

Em termos comerciais, o maior pólo do bairro concentra-se na Avenida Silviano Brandão, com as suas tradicionais lojas de móveis e açougues, além de outros produtos e serviços.

POMPÉIA

1. Origem:

Com aspectos de uma cidade do interior, o bairro Pompéia, localizado na região Leste de Belo Horizonte, completa em outubro de 2008, 70 anos de fundação, sendo um dos mais antigos da capital.

O bairro, que chegou a se chamar Vila Parque Cidade Jardim, teve início com a chegada de frades capuchinhos, vindos da cidade de Pompéia, na Itália, que se fixaram na região e batizaram o local com o mesmo nome de sua terra natal.

2. Desenvolvimento/Infra-estrutura:

Os religiosos trouxeram a imagem de Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, e com ela, ergueram a atual Igreja Matriz. O bairro se desenvolveu em torno da paróquia e graças aos moradores, que foram construindo novas residências e lutando pelo progresso da região.

Localizado na divisa dos bairros Esplanada, Saudade, Vera Cruz e Santa Efigênia, tendo a Avenida dos Andradas como principal via de acesso, o Pompéia abriga cerca de 40 mil moradores. Possui amplo e variado comércio, situado em sua maioria na Rua Iara, próximo à igreja, além de Centro de Saúde Municipal, e linha exclusiva de ônibus. Situa-se também nos seus limites o Parque Ecológico Mata da Baleia. Recentemente o Córrego do Navio foi saneado, atendendo uma velha reivindicação da população.

SAGRADA FAMÍLIA

1.ORIGEM:

Com sua história ligada ao início da industrialização de Belo Horizonte, o Sagrada Família, na Região Leste, é um típico bairro de classe média da capital. Ocupado inicialmente por operários das indústrias que chegavam à cidade, foi uma das primeiras áreas habitadas fora da Avenida do Contorno, na década de 1930. Hoje, com toda a infraestrutura necessária e localização central, é um dos bairros mais valorizados da região.


O Sagrada Família é margeado por grandes vias, como as avenidas Cristiano Machado, José Cândido da Silveira e Silviano Brandão, esta última famosa pela grande concentração de lojas de móveis. Além de facilidade de acesso a várias regiões da capital, o bairro é próximo à estação de metrô do Horto e tem inúmeras opões de linhas de ônibus. As principais ruas são ricas em comércio e opções de serviço. Como outras regiões de origem operária, ainda existem muitos negócios familiares, os conhecidos comércios de bairro, como açougues, frigoríficos, farmácias, hortifrútis, padarias, mercearias e papelarias. Algumas praças, como a Nilo Peçanha e a Vereador Antônio Menezes (Praça do Grota), são opções de lazer para toda a família. A Igreja Sagrada Família é outra referência importante do bairro.


Nos últimos seis anos, o bairro teve um crescimento acentuado. Essa expansão, sem dúvida, vai continuar. Por ter coeficiente de ocupação melhor que o dos bairros Santa Tereza e Floresta e ser mais em conta que o Cidade Nova, novos empreendimentos vão continuar aparecendo. O padrão de acabamento dos edifícios mais novos do bairro é muito bom, com prédios revestidos em cerâmica e apartamentos com 80 a 90 metros quadrados (m²), com duas vagas e bancadas de granito. O preço médio do metro quadrado é de R$ 5,5 mil.


O Sagrada Família tem casas espalhadas por toda sua extensão e que isso é um grande atrativo para as construtores. Poucas pessoas podem comprar casas para morar. O normal é que as casas sejam vendidas para dar lugar a prédios, principalmente por terem preço mais acessível que bairros vizinhos como Floresta e Santa Tereza. E a procura por imóveis no Sagrada Família é muito boa, pois o acesso é muito bom e, em termos de comércio, é excepcional. A Avenida Silviano Brandão marca a divisa do Sagrada Família com os bairros Floresta e Horto. O Museu de História Natural e Jardim Botânico da Universidade Federal de Minas Gerais marca o limite com o Instituo Agronômico. Já a Avenida José Cândido da Silveira divide a Região Leste com a Nordeste e é a fronteira com o Bairro da Graça e o Cidade Nova.O bairro Sagrada Família, situado na região Leste, começou a ser povoado no início do século XX, quando o fazendeiro Altamiro Corrêa, proprietário de grande parte das terras da região, iniciou o parcelamento das mesmas.

O nome do bairro foi sugerido pela fazendeira Maria Brasilina, em 1913. A fazenda de Altamiro Corrêa deu lugar a um loteamento e a região recebeu grande impulso na década de 30, durante a administração do prefeito Otacílio Negrão de Lima.

Historicamente, ao acompanhar o crescimento industrial do município, o bairro Sagrada Família avançou como um bairro de operários.

À medida que as famílias iam crescendo e se multiplicando, proliferavam no local vários barracões como moradias de fundo.

Ruas como João Gualberto Filho, Stela de Souza e Vicentina de Souza, prestam homenagem aos primeiros moradores.

Hoje, isso representa um problema para a expansão imobiliária, visto que nos inventários os terrenos encontram-se bastante divididos.

O bairro Sagrada Família é fruto das primeiras vilas que surgiram na capital, fora do perímetro da Avenida do Contorno, por isso mesmo de características extremamente familiares.

As avenidas Silviano Brandão e Petrolina, juntamente com as ruas Itajubá, Pitangui e Conselheiro Lafaiete, são as principais vias de acesso ao bairro.

2.DESENVOLVIMENTO/INFRA - ESTRUTURA:

A área entre os bairros Floresta e da Graça é caracterizada pelo comércio. A mais próxima ao Horto é marcada por residências unifamiliares, mantendo um clima mais parecido com o do interior. Já a região próxima aos bairros Cidade Nova e Instituto Agronômico é marcada por edifícios residenciais.
PIPIRIPAU Na região em que hoje se encontram os bairros Sagrada Família e Instituto Agronômico foi confeccionado um dos tesouros da arte popular de Belo Horizonte: o Presépio do Pipiripau. A obra, do artesão Raimundo Machado, está exposta no Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG e, recentemente, passou por uma restauração que durou dois anos. Com 586 figuras móveis, distribuídas por 45 cenas, o presépio, além de contar a história da vida e da morte de Jesus Cristo, mostra o cotidiano da antiga BH, com suas artes e ofícios. A história do artesão é contada no documentário Pipiripau - O mundo de Raimundo, de Aluizio Salles Jr., lançado em 2013.


Na esquina da Rua Abílio Machado com a Avenida Petrolina, uma pequena bica d'água é visitada diariamente por vários moradores da região, que enchem garrafas PET e galões para consumo. O local se tornou ponto turístico do Sagrada Família e, em 2009, foi reformado, ganhando um mosaico. Muitos acreditam que a água, há décadas no bairro, tem propriedades medicinais. O certo é que, diferentemente das várias outras bicas da cidade, a água tem alto grau de pureza, segundo testes semestrais realizados pela Secretaria Municipal de Saúde.


A população gira em torno de 40 mil habitantes, onde reina uma boa dose de tranquilidade. Ainda há muitas casas e os vizinhos têm bom relacionamento.

O comércio de bairros é a principal atividade empresarial do Bairro Sagrada Família. Só na Avenida Silviano Brnadão funcionam 90 lojas especializadas, que empregam quase 1 mil pessoas e movimentam cerca de R$ 3 milhões de reais por mês.

Na Avenida Petrolina, esquina com Rua Abílio Machado, por exemplo, encontra-se uma mina de água cristalina, originária de um poço artesiano perfurado na época da fundação do bairro, que sai do quintal de uma casa e atrai a atenção de muitas pessoas.

Na Praça Nilo Peçanha, um dos pontos referenciais do bairro, podem ser vistos alguns exemplos de harmonia e boa convivência.

Delimitado por avenidas importantes, como a Cristiano Machado, Silviano Brandão e José Cândido da Silveira, o bairro agrada aos moradores pelas inúmeras opções de transporte e pela facilidade de acesso às principais saídas da capital.

Dados da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte revelam a presença de 1.925 empresas no Sagrada Família: 1.172 micro, 42 pequenas e 711 de médio e grande portes.

Pode-se encontrar na região farmácias, padarias, açougues, frigoríficos, sacolões, supermercados, mercearias, papelarias, bares, sorveterias, locadoras de vídeo e floriculturas.

Várias construtoras têm empreendimentos na região. O viaduto que integra o projeto da Linha Verde, amenizou o intenso trânsito outrora existente na Avenida Silviano Brandão, afetando o comércio, enquanto a Avenida Petrolina se mostra mais apta a receber novas lojas, por ser mais larga e arejada.

A chegada de grandes redes de supermercados e drogarias também contribuem para mudar a paisagem local, aumentando a concorrência.

Existem dois postos de saúde pública, clínicas médicas e odontológicas, e escolas públicas e particulares, com opções que vão do pré-escolar ao 2º grau.

No tocante ao lazer, há boas opções locais, como as várias praças, bares e restaurantes.

As festas de Congado, caracterizadas nas danças e cantos populares em devoção a Nossa Senhora do Rosário, também aquecem a cultura local.

Para muita gente, o Estádio Raimundo Sampaio, mais conhecido como Independência, pertence ao bairro Sagrada Família.

Na verdade, ele está localizado nos limites do mesmo com outros dois bairros, o Horto e o Santa Tereza. Para a municipalidade, o estádio encontra-se oficialmente localizado no bairro Santa Tereza.

Podem-se destacar 4 áreas distintas no bairro Sagrada Família: a central, entre os bairros Floresta e da Graça, caracterizada pelo comércio; a próxima ao bairro Horto, com suas casas residenciais; a antiga Vila São João, próximo ao Instituto Agronômico que abriga a antiga mata do Estado, hoje Jardim Botânico da UFMG, e por fim, a área vizinha ao bairro Cidade Nova, pelo grande número de edifícios residenciais.

SANTA EFIGÊNIA

1. ORIGEM:

Da idade de Belo Horizonte, o bairro Santa Efigênia, localizado na região Leste, tem história intimamente ligada à construção do 1º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, na Praça Floriano Peixoto.

O prédio, em estilo neoclássico, projetado pelo Conde de Santa Marinha, foi criado para alojar os militares transferidos do destacamento de Ouro Preto.

A importância da construção influenciou até a denominação do bairro, que durante muitos anos, se chamou Quartel. Com o tempo, os militares se tornaram menos numerosos, mas ainda representam uma parcela significativa de moradores da região e várias ruas lhes prestam homenagem.

O atual nome do bairro é um tributo a Santa Efigênia, padroeira dos militares.

Nos primeiros anos da nova capital do Estado, o lugar também abrigou muitos dos trabalhadores que ajudaram a erguer a cidade planejada por Aarão Reis, além de médicos, enfermeiros, estudantes, professores e funcionários públicos de diferentes setores que por lá foram se estabelecendo, depois de inaugurada a cidade.

2.DESENVOLVIMENTO/INFRA - ESTRUTURA:

Com acesso privilegiado pelas avenidas do Contorno, Brasil, Francisco Sales e dos Andradas, o bairro Santa Efigênia fica a poucos minutos do Centro, mas ainda conserva aspectos típicos de cidade do interior.

Praças como Hugo Werneck e Marechal Floriano Peixoto compõem as áreas de lazer e servem de ponto de encontro dos moradores.

Com ampla rede de comércio e serviços, o bairro Santa Efigênia é predominantemente residencial e, a despeito de ser um dos bairros mais antigos de Belo Horizonte, está cercado por toda infra–estrutura e facilidades exigidas pela vida moderna.

Pelas principais ruas e avenidas do bairro, espalham-se agências bancárias, colégios, faculdades, restaurantes e pontos comerciais variados, além de casas noturnas, bares e restaurantes que movimentam a economia, atendendo a clientes locais e do entorno.

É um bairro com tradição educacional, possuindo escolas como o Grupo Escolar D. Pedro II, cujo prédio é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, além de contar com a proximidade de outros renomados centros educativos, dentre os quais os colégios Arnaldo e Logosófico, na divisa com o bairro Funcionários.

Quatorze linhas de ônibus e uma estação do metrô atendem a importantes corredores de tráfego, como a Rua Niquelina e a Avenida Mem de Sá, além de toda a estrutura viária disponível nas avenidas Brasil e Contorno.

O bairro abriga também imponentes exemplares da arquitetura mineira e vários complexos tombados pelos Patrimônios Históricos Municipal e Estadual, entre eles, o complexo arquitetônico da Praça Hugo Werneck, com seus jardins e monumentos, a Maternidade Hilda Brandão, o 1º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais e a Faculdade de Medicina da UFMG.

O Centro de Memória da Medicina, localizado na Avenida Alfredo Balena, guarda uma rica coleção de objetos de laboratório, instrumentos e equipamentos médicos e conta com um acervo de obras raras, livros, dicionários, periódicos, coleções pessoais e documentação relativa à história da medicina e da própria faculdade de medicina da UFMG, instalada na capital em 1911.

Todas as obras são de caráter literário e contêm relatos sobre estudantes de medicina e médicos mineiros que fizeram história, entre eles Juscelino Kubitscheck, João Guimarães Rosa, Pedro Nava, Pedro Salles, Alfredo Balena e Oswaldo Costa.

Outra boa opção de lazer e cultura do bairro é o Centro de Cultura Nansen Araújo (SESIMINAS). Inaugurado em 1990 e projetado para abrigar atividades artísticas e culturais variadas, o espaço tem teatro, coral, orquestra de câmara e companhia de dança, além de uma galeria de artes, centro de memória da indústria mineira, biblioteca e salas apropriadas para cursos artísticos diversificados.

SANTA INÊS

1. ORIGEM:

A urbanização da área onde ficavam as fazendas Boa Vista e Brejinho começou na década de 1950, quando a industrialização impulsionou o crescimento de BH. Naquela época, os bairros no entorno da área central estavam com a ocupação esgotada e a prefeitura teve de acelerar os loteamentos das regiões mais afastadas do Centro para atender as necessidades de moradia da população.

Segundo o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Bairro Santa Inês, situado na Região Leste, tinha, em 2000, 9.321 habitantes.

Quando o Santa Inês foi criado, os serviços de iluminação, água encanada e esgoto não eram suficientes para atender a população. Não havia muitas ruas e pouquíssimas vias eram asfaltadas. Como não havia comércio ou agência bancária, todo o serviço tinha de ser feito no Centro.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA-ESTRUTURA:

Com quase 60 anos, o Santa Inês tem uma infraestrutura que, na maioria das vezes, dispensa a saída do bairro. No local há supermercados, escolas, academias de ginástica, agências bancárias e um amplo comércio, o que facilita a vida dos moradores. De fácil acesso, a principal avenida do bairro é a Contagem. O transporte coletivo é feito por seis linhas de ônibus e por duas estações de metrô – a José Cândido da Silveira e a Santa Inês.

As facilidades, somadas às características físicas do bairro, contribuem para a característica residencial do bairro, que ainda tem muitas casas e é bastante arborizado.

Segundo a Pesquisa do Mercado Imobiliário de Belo Horizonte, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis da Universidade Federal de Minas Gerais (Ipead/UFMG), o Bairro Santa Inês se classifica como médio. Os chefes de família têm renda média entre cinco e oito salários mínimos.
De acordo com a pesquisa, de março de 2009, os valores médios de aluguel na região são de R$ 564,29 para casa de dois quartos e R$ 591,67, para apartamentos de três quartos. No mercado de compra e venda, apartamentos de dois quartos foram avaliados entre R$ 78.443 e R$ 136 mil. Para apartamento de três quartos, o valor ficou entre R$ 82 mil e R$ 270 mil.

Especificamente no Santa Inês, de acordo com levantamento realizado em maio de 2009 em sites de venda de imóveis, o valor dos apartamentos é superior e oscilou entre R$ 150 mil (dois quartos) a R$ 462 mil (quatro quartos). As casas foram cotadas entre R$ 215 mil (dois quartos) e R$ 650 mil (cinco quartos). Há poucas ofertas de aluguel, com valores que variaram entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil para apartamentos de três quartos.

Apesar de a maioria da população do Santa Inês morar em casas, observa-se atualmente o aumento no número de edifícios. As casas antigas são compradas e no lugar são feitos prédios. Há muitos deles em construção.

SANTA TEREZA

1.ORIGEM:

Quando a Comissão Construtora projetou e elaborou a planta oficial de Belo Horizonte, aprovada em 15 de abril de 1895, a cidade foi dividida em áreas urbanas, dentro do perímetro da Avenida 17 de Dezembro, ou do Contorno, em seções suburbanas, em volta da mesma, e em locais destinados a sítios e chácaras, ainda mais distantes do centro da Nova Capital de Minas Gerais.
O que seria o bairro Santa Tereza também foi projetado com  ruas traçadas  e  já com  nomes de minerais. Essa área abrangia a região entre a Avenida Silviano Brandão, antigo “Córrego da Matta”; a atual rua Conselheiro Rocha e Avenida do Contorno.  Era parte da sétima Seção Suburbana.
Com a necessidade  de povoamento da cidade e de braços para trabalhar  na construção da Capital, a partir de 1896 são criadas cinco  colônias de imigrantes no perímetro suburbano. Assim, a planta da Capital  foi  modificada.
Em nossa região a colônia se chamou, primeiramente, “Ribeirão da Matta”, e os lotes coloniais se estendiam  da rua Capitão Bragança, seguindo a rua Salinas, até a rua Jacuí, abrangendo parte dos bairros da Graça, do Horto, da Sagrada Família e da Floresta.  Este Boletim trata da região compreendida entre  as ruas Pouso Alegre, Conselheiro Rocha e Avenidas Flávio dos Santos e Contorno, atual formação do bairro, conforme aprovação pela Câmara Municipal da Lei de Uso e Ocupação do Solo, de 1997.
Desta forma, parte do que seria Santa Tereza, em 1898, tem outro nome quando  imigrantes estrangeiros e também  brasileiros  começaram a se estabelecer na região. A planta da região compreendida entre as ruas Pouso Alegre e Conselheiro Rocha, até a  Avenida do Contorno, tal como a conhecemos hoje, só  foi  aprovada em 1923 e já contava com vários moradores. A colônia foi criada com o nome de “Ribeirão da Matta”  e, em 1912, emancipou-se  já com o nome de “Américo Werneck”.  Deixou, então, de ser controlada por regulamentos especiais e passou a fazer parte, como zona suburbana, da Nova Capital de Minas.
Os poucos habitantes da região estavam espalhados entre as  Avenidas do Contorno,  Silviano Brandão e rua  Conselheiro Rocha, que foram abertas muitos anos depois. Logo de início, as melhorias  começaram a chegar à comunidade.
Em 1910 ficou  pronto o “Hospital do Isolado”, onde hoje é o ex-Mercado Distrital, e a Hospedaria  dos Imigrantes, na futura praça do bairro, ficou pronta em 1914.  A 59.ª Cia. de Caçadores do Exército, criada para receber os "sorteados", se instala neste "proprio estadoal"  da praça, em 1916, e o 5.º Batalhão da Polícia Militar de Minas, com a mudança da 59.ª Cia. para o bairro do Prado, ocupa  a antiga hospedaria dos imigrantes.  O prédio foi, novamente, reformado e adaptado para receber a guarnição militar estadual.

 

2.DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

O bonde chega até a confluência da Avenida do Contorno com a rua Hermilo Alves, em setembro de 1923.    O  loteamento do restante da região foi aprovado também naquele ano e  muitos terrenos da Sétima Seção Suburbana foram doados aos  funcionários públicos e militares, e vendidos a particulares.
O final da linha do bonde era na Praça, em 1926, através da Rua Mármore.  O grupo “José Bonifácio”  começou a funcionar em 1930 e, na igreja provisória, na rua Gabro, foi realizada a primeira missa em 1.º de janeiro de 1931.  As missas passaram a ser celebradas no porão da matriz definitiva em 1935. As atividades  sociais, esportivas, culturais e de lazer cresceram na comunidade.
O  5.º  Batalhão instalado na Praça em 1924, cria suas equipes de futebol  em 1925, sendo seguido por outras agremiacões, como o Santa Cruz, Paraguassu e Santa Tereza.  O “Clube Recreativo Teatral e Cultural”,  bem como o bloco carnavalesco “Eu Não Rapo Nada” se organizaram nos primeiros anos de 1930.  Havia também romarias e piqueniques às cidades vizinhas, com pescarias e banhos nos rios “Arrudas” e “das Velhas”. A Praça de Santa Tereza, construída em 1937, era o local de reunião da comunidade, com barraquinhas e “coroação de Nossa Senhora, promovida pela Igreja, no mês de maio, e o “footing”, para os jovens, nos fins de semana.  A preocupação dessa década foi  levantar a parte superior da igreja e suas famosas torres.
 Na década de 1940 o bairro Santa Tereza  estava com suas principais ruas calçadas e iluminadas. Em 1944 foi inaugurado o cinema e criada a  Associação Esportiva Santa Tereza, que chegou ao pentacampeonato de futebol amador da cidade em 1949.
 

O “Hospital do Isolado”, que já se chamava “Cícero Ferreira”, e o Quartel do 5.º Batalhão deixaram o bairro até 1965. Chegaram a televisão e os ônibus elétricos, (os famosos trolleybus)  para compensar a penúria dos moradores pela falta de água nas torneiras de suas residências. O problema da falta de água em Santa Tereza só foi resolvido em 1971, com a captação das águas do rio das Velhas.

Hoje o bairro é famoso por seus carnavais, blocos carnavalescos (como a Banda Santa) e por sua grande contribuição ao cenário cultural de Belo Horizonte, uma vez que foi ali que despontaram para a música mineira talentos como Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes e Fernando Brant (com o Clube da Esquina) e bandas internacionais como Sepultura, Skank, dentre outras.

A beleza arquitetônica de suas casas, a variedade de opções de diversão, as atividades culturais diversificadas, como as casas de seresta, as feiras de artesanato e o famoso macarrão do fim de noite, atraem e turistas e pessoas de todas as partes da cidade.

Bairro bucólico e boêmio, onde nasceram algumas das principais manifestações culturais de Belo Horizonte, o Santa Tereza também é o local da cidade em que as lendas resistem.

Além do próprio Clube da Esquina(que, apesar da rica herança musical, fisicamente nunca existiu), conta-se que na região conhecida com Alto dos Piolhos – o entroncamento das ruas Quimberlita, Tenente Freitas, Bocaiúva e Bom Despacho – vivia uma família vinda do interior, que se tornou famosa por cultivar o inseto.

Como o bairro todo é um alto, constituído pelas avenidas Silviano Brandão e Andrada, esta parte, considerada a mais alta do Santa Tereza acabou ganhando este nome, afirma o historiador Luis Góes.

Autor de Caminhos do bairro Santa Tereza, livro inspirado nas vias públicas do bairro, Luís apresenta uma nova versão para o Alto dos Piolhos: na década de 60, quando a cultura hippie chegou por lá, uma turma de cabeludos frequentava o local.

A tranquilidade do Alto dos Piolhos lembra as pequenas cidades do interior. Aqui todos se conhecem e se cumprimentam, afirma Joaquim Lúcio da Silva, do Bar Bocaiúva.

E também não há violência, ressalta Aureliano Rezende, que há oito anos mantém uma loja de aviamentos e miudezas no local.

Vindo de Manaus, Pedro de Souza Lima diz que está se dando bem no Alto, onde o Bar do Pedro é o preferido dos jovens: É o preço baixo da cerveja, justifica o comerciante, cujo vizinho Reginaldo de Jesus Almeida Ribeiro acaba de transferir para lá a Confraria do Velho Chico, que funcionava no Mercado Distrital de Santa Tereza. Isso aqui é uma espécie de passarela do álcool, diz Reginaldo, comparando o local à famosa área de Porto Seguro, na Bahia.

Além dos estabelecimentos comerciais situados na Praça Duque de Caxias, como as casas de seresta e o Macarrão do Bolão, destacam-se também na região a Espetos & Petiscos, Mix Iguarias e a Otton Pizzaria, além dos bares da Neném e do Alemão, Tintim e Esquina Clube.

SÃO GERALDO

1.ORIGEM:

Com área de 136,072 hectares, e população estimada em 19.743 pessoas, o bairro São Geraldo, localizado na região Leste de Belo Horizonte, é originário do povoado que surgiu ao redor da Igreja de São Geraldo, criada em 1º de janeiro de 1952, localizada na rua Itaité, em frente à praça que leva o mesmo nome.

2.DESENVOLVIMENTO/INFRA - ESTRUTURA:

As principais ruas do bairro São Geraldo são a Itaité e Silva Alvarenga, onde os moradores encontram boa infra-estrutura em termos de comércio, como sacolões, farmácias e drogarias, uma agência bancária, padarias e salões de beleza.

Quem mora no bairro garante que a região é bem servida por linhas de ônibus, com acesso pelas avenidas dos Andradas e Silviano Brandão.

Conta ainda com muitos bares e restaurantes, em especial nas imediações da Praça São Geraldo.

O bairro São Geraldo é um lugar onde as pessoas compram e constróem suas casas para morar e não para investir.

À medida que as famílias vêem seus filhos se casando, suas casas são expandidas, na maioria das vezes com a construção de barracões, separando-os da casa principal.

 

O Bairro Boa Vista surgiu a partir da década de 50, quando a cidade vivenciou um enorme crescimento, principalmente devido à industrialização do município. Como a população aumentou muito nessa época e os bairros fora da áream central já tinham esgotado seu potencial de ocupaçao, a alternativa adotada pela Prefeitura de Belo Horizonte foi acelerar o processo de loteamento das regiões mais afastadas.

Esse foi o caso do Bairro Boa Vista. Quando criado o bairro não tinha infra-estrutura. Naquela época não contava com pontos comerciais e era pouco populoso.

O trânsito era pequeno e as ruas eram de terra batida, não havia esgoto nem água tratada.