Praça Raul Soares.

ANCHIETA

1. ORIGEM:

O bairro Anchieta, localizado na região Centro - Sul, foi fundado na década de 20.

O aposentado e presidente da Associação dos Moradores do Bairro Anchieta (AMORAN), José Marques Silva, de 70 anos, mora no bairro desde 1965 e foi testemunha ocular de parte da sua história. Ele foi proprietário da primeira padaria do bairro, a Panificadora Anchieta, fundada em 1966, quando ainda não existiam edifícios na região.

Apesar do desenvolvimento, os moradores ainda conservam hábitos bem peculiares e fazem questão de cultivar as suas raízes: Há muita religiosidade e as pessoas se preocupam em cultivar a amizade e manter hábitos atualmente pouco usuais, como frequentar a casa dos vizinhos regularmente, comenta José Marques.

A despeito dessas características interioranas, o morador diz sentir saudades do tempo em que via os filhos brincarem na rua. Hoje, essas cenas quase não se repetem.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA- ESTRUTURA:

Apesar do comércio variado e da verticalização, o bairro Anchieta ainda é tipicamente residencial. São mais de 12 mil moradores, segundo dados do IBGE.

Hoje edifícios antigos se misturam a empreendimentos modernos e luxuosos. Quem investiu no bairro, certamente fez bom negócio. Além da boa infra-estrutura, ele fica próximo da região da Savassi.

José Marques destaca também a qualidade do trânsito local e afirma que raramente ocorrem engarrafamentos, principalmente depois das melhorias efetivadas na Av. Nossa Senhora do Carmo e no sentido de circulação da Rua Montes Claros.

Segundo estimativas do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes de Belo Horizonte, a capital tem cerca de 10 mil bares. O bairro Anchieta não só ajuda a compor a lista, como também tem algumas das mais ilustres e tradicionais casas do ramo. O circuito gastronômico instalado nas esquinas mais conhecidas do bairro fica entre as ruas Piumhi, Montes Claros, Passatempo e Boa Esperança e conta com espaços famosos como o Bar do Doca, a Cervejaria Brasil, a Marília Pizzeria, a Churrascaria Cia do Boi, a Choperia Albano’s e os Restaurantes Vitelo’s e Alguidares, entre outros.

BARRO PRETO

1. ORIGEM:

Considerado um dos bairros mais tradicionais de Belo Horizonte, o Barro Preto, localizado na região Centro - Sul, foi colonizado por imigrantes italianos, no início do século passado. Isso explica, por exemplo, o fato do Cruzeiro Esporte Clube, cujo nome original era Palestra Itália, ter se instalado na região. Segundo contam, o nome do bairro se deve a existência uma argila escura e viscosa, largamente encontrada na região e também ao solo pantanoso onde o mesmo foi construído.

Apesar de inicialmente ocupado por moradores oriundos das classes trabalhadoras, que contribuíram para a construção da capital, o Barro Preto também se destacou por ser um dos mais turbulentos da cidade, reduto de bêbados, maus elementos e frequentadores de cortiço. Abrigava uma temível guangue de menores desordeiros, conhecidos como moleques do Barro Preto.

Durante 18 anos, a senhora Maria do Carmo Delgado, 93 anos, foi administradora de uma pensão no bairro. Os 7 quartos da sua casa abrigavam diversos estudantes oriundos do interior do Estado. Maria do Carmo e os filhos, Elfra, 66 anos e Fábio, 56 anos, tinham uma rotina simples no dia a dia, que incluía esperar a carroça entregadora de leite, brincar em um campinho improvisado na Avenida Bias Fortes, ir ao cinema gratuito trazido por caminhões da Prefeitura Municipal, e passeios na Praça Raul Soares.

As ruas do bairro eram de paralelepípedos e os postes elétricos ficavam no meio delas. Sofríamos muito com as enchentes. A Bias Fortes morria no Arrudas, onde tinha um matagal. Para a gente não existia o outro lado da Contorno, descreve Fábio.

Na década de 70, com a chegada da
verticalização, a paisagem foi se modificando, e as casas foram desaparecendo do cenário. O Edifício Sete Lagoas foi o primeiro do bairro, com mais de 10 andares. Aqui também tinha o Elite, uma casa de danças barra pesada para a época, lembra Elfra.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

O Barro Preto destaca-se no cenário urbanístico como marco de pontos referenciais da capital: a igreja de São Sebastião, construída em 1913; a Maternidade Odete Valadares; o Hospital Felício Roxo; o Fórum Governador Milton Campos e a Praça Raul Soares, centro geográfico da cidade, projetada pelo engenheiro Aarão Reis em estilo paisagístico francês.

Outra referência na paisagem local é o Edifício JK, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Com 36 andares e 1.176 apartamentos, o conjunto começou a ser construído em 1953, no governo Juscelino Kubistchek, sendo concluído nos anos 70.

A sua população estimada é de 7 mil pessoas, que ocupa uma área de 110,7 hectares. Sedia importantes corredores de tráfego que acessam outras regiões, como as avenidas Amazonas, Augusto de Lima, Bias Fortes e Olegário Maciel. Oferece boa infra-estrutura, com destaque para as agências bancárias, supermercados, bares e restaurantes, locadoras de vídeo, padarias, sapatarias e armarinhos, além da sua proximidade com o Mercado Central.

Em 1978, o bairro acompanhou a instalação de um dos maiores pólos de moda da capital, tantas foram as lojas de atacado que ali se instalaram. Hoje existem no local cerca de 800 lojas de pronta-entrega, distribuídas por 12 galerias e 5 Shopping Centers. O atacado responde por 70% do comércio. As confecções empregam 2.500 costureiras, das quais 50% são terceirizadas.

De acordo com o presidente da Associação dos Lojistas do Barro Preto(ASCOBAP), José Paulino Pires, dezenas de ônibus chegam semanalmente ao bairro, com pessoas de todas as regiões do país. O volume de vendas não foi informado, mas é certo que a região tem inúmeras características que a fazem um dos maiores centros atacadistas do Brasil.

BELVEDERE

1. ORIGEM:

A origem do bairro Belvedere se remonta ao antigo Curral del Rey. Na década de 1850, todos os moradores do antigo arraial foram obrigados por força de lei do Império, a declarar suas terras bem como suas divisas ao pároco da paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem. Entre aqueles moradores, o Sr. João da Costa Torres, proprietário da Fazenda do Capão Pequeno (advinda do Capão Grande), declarou suas terras, medindo 40 alqueires, que incluía a Lagoa Seca. Tal declaração, encontra-se registrada no livro paroquial 67, arquivado no Arquivo Público Mineiro. No ano de 1868, outro abastado fazendeiro do Curral Del Rey, Ilídio Ferreira da Luz, comprou as terras da Fazenda do Capão Pequeno dos herdeiros de João da Costa Torres, passando assim a lhe pertencer as Fazendas do Capão, Capão Pequeno e Engenho Nogueira. A Fazenda do Capão foi desapropriada pelo Estado de Minas Gerais em 1894 para a construção da Nova Capital (Belo Horizonte) e por ocasião da morte de Ilídio, no ano de 1897, a metade das terras da Fazenda do Capão Pequeno, ou seja, 20 alqueires, incluindo-se a Lagoa Seca, foi adjudicada pela justiça ao seu filho Jacinto Ferreira da Luz. Com o falecimento de Jacinto no fim da década de 1950, essas terras passaram a pertencer ao Espólio de Jacinto Ferreira da Luz. Por fim, aquelas terras da Fazenda do Capão Pequeno que passaram às mãos do Espólio de Jacinto Ferreira da Luz, dariam origem ao Bairro Belvedere II e III. Nota: A Fazenda do Capão Grande, deu origem às Fazendas do Capão (bairros São Bento e Santa Lúcia nos dias de hoje) e Capão Pequeno (bairro Belvedere nos dias de hoje) no início do século 19. Pertenceram a Ilídio Ferreira da Luz, apenas as Fazendas do Capão e Capão Pequeno que abrangia a Lagoa Seca.

A verticalização que hoje se observa no Belvedere teve seu início a partir da promulgação da Lei Municipal nº 8.137, de 21 de dezembro de 2000, que reduziu abruptamente o coeficiente de aproveitamento habitacional(área construída em relação ao tamanho do terreno), que antes variava entre 3.0 e 3.4, para 1.5.

2. DESENVOLVIMENTO/ INFRA-ESTRUTURA:

Belvedere é um dos mais luxuosos bairros de Belo Horizonte que cresceu em torno do BH Shopping. É o bairro mais alto da cidade, variando de 1.100 a 1.270 metros de altitude e possui um clima bem mais ameno que o do centro da cidade, situado a 850m de altitude. Exatamente como o vizinho bairro Mangabeiras, possui uma espetacular vista da cidade. Limita-se, também, com os bairros Vale do Sereno e Vila da Serra, já no município de Nova Lima. Divide-se em Belvedere I, II e III. As duas primeiras etapas tiveram como Urbanista o arquiteto Ney Werneck, e compreende uma ampla área de ocupação horizontal, com edificações baixas. A terceira etapa se caracteriza por intensa verticalização, com grandes torres próximas à área conhecida como Lagoa Seca.



CENTRO

1. ORIGEM:

A história da região central se confunde com a de Belo Horizonte. O local onde hoje se encontra o Centro era um vilarejo que antes se chamava Arraial de Nossa Senhora do Curral Del Rey, desapropriado para dar lugar à nova capital do Estado de Minas Gerais, em 1883. A decisão foi tomada através da Lei nº 3, adicional à Constituição.

Em 1895, Aarão Reis, chefe da Comissão de Construção da Nova Capital, terminava a sua planta básica. Ele inovava ao fazer uma planta em que as avenidas se cruzavam na diagonal, ao invés do clássico xadrez das grandes cidades da época, como Washington e Paris. O projeto era ambicioso e faraônico, mas foi projetado com um olhar no futuro, em que avenidas e ruas eram mais largas que as convencionais. Naquele mesmo ano, eram leiloados os lotes para a construção de comércios. Aqueles que adquirissem os lotes teriam o prazo de 4 anos para construir. A idéia era tornar Belo Horizonte o centro comercial do Estado em pouco tempo.

Em 12 de dezembro de 1897 era inaugurada a nova capital do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

O Centro de uma cidade é sempre um marco de sua história, e também um termômetro de sua vida. A vida da cidade anda melhor se seu Centro está bem cuidado; ele é reflexo de como a cidade está sendo tratata. Não só pelos governantes, mas por todos. As pessoas se sentem melhor quando podem andar livremente pelo Centro, fazer negócios, passear e se divertir.

O Centro de Belo Horizonte, durante décadas, andou muito mal cuidado. As ruas e praças foram ocupadas por camelôs, e sofreram com a ação do tempo e o vandalismo, o comércio definhou – várias empresas comerciais mudaram para outras regiões ou para shoppings - a criminalidade aumentou e até o transporte público foi ameaçado pela concorrência desleal dos chamados perueiros. As pessoas se entresteciam ao passar pelo Centro.

As administrações da Prefeitura de Belo Horizonte, comandadas pelos prefeitos Célio de Castro e Fernando Pimentel, entre 1997 e os dias atuais, passaram a enfrentar essa situação.

Primeiro o problema dos perueiros, que foi estancado e resolvido. Naquele momento, o poder público municipal traçou uma linha clara de reação ao processo de deterioração social, perigoso para a vida coletiva. Na sequência um longo, tenso e difícil processo de negociação com os camelôs foi iniciado, resultando na retirada dos mesmos das ruas centrais, e a sua instalação em shoppings populares, garantindo-lhes o trabalho, sem inviabilização da vida urbana.

A vocação do Centro para atrair públicos variados que convivem em relativa harmonia é um dos aspectos que também chamaram a atenção do arquiteto e urbanista Rogério Palhares, da Práxis Projetos e Consultoria, empresa vencedora da licitação feita pela municipalidade para executar o plano de reabilitação da área. Partimos de dados de conclusões de pesquisas realizadas anteriormente, inclusive uma que nós mesmos fizemos em 2002, sobre o uso e ocupação dos imóveis da região, explica.

Naquele ano, a administração municipal já identificava alguns sintomas que indicavam a necessidade de mudanças no planejamento que, até então, vinha sendo feito e acabou promovendo o esvaziamento das atividades econômicas mais rentáveis do Centro. Elas passaram a dar lugar a outras mais populares. A grande quantidade de prédios vazios também passou a preocupar a administração municipal.

Foi então que a prefeitura lançou um programa de recuperação de prédios abandonados no Centro e sua transformação em prédios residenciais, a baixo custo e com financiamento do governo federal, que poderá, no médio prazo, atrair para a região novos moradores, revitalizando ainda mais o comércio e as empresas prestadoras de serviço ali instaladas.

Ao mesmo tempo, a prefeitura lançou também um audacioso programa de obras, intervenções urbanas e manutenção da área central, chamado Centro Vivo. O seu início foi com a Praça 7, que totalmente recuperada e revitalizada, voltou a ser um espaço de referência para a cidade.

Recuperação de ruas, passeios e canteiros, como na Rua dos Caetés; mudanças racionalizantes de pontos de ônibus; recuperação completa de toda a área hospitalar e construção de um segundo restaurante popular naquela região, revitalização da Praça da Estação, além das ações sociais dirigidas aos menores com trajetória de rua, são exemplos desse processo de intervenção na área central, que sempre contou com a adesão dos comerciantes e de suas entidades representativas.

Segundo Maria Caldas, consultora técnica especializada da Secretaria Municipal de Políticas Urbanas, a idéia hoje é recuperar o interesse pela região central. Para isso, implantamos em 2004 o Programa Centro Vivo, com uma série de ações e obras distribuídas em três eixos principais: a recuperação urbanística, a inclusão econômica e social e aumento da segurança, afirma.

Ao lado disso, foi implementado conjuntamente pela prefeitura, Polícia Militar de Minas Gerais e Clube dos Dirigentes Lojistas, o monitoramento da região central por câmeras de vídeo – denominado Olho Vivo – que, ao lado da transferência dos camelôs e da consequente liberação das calçadas, propiciaram uma ação mais efetiva do policiamento, com redução significativa da criminalidade.

Entre as intervenções e melhorias que estão sendo planejadas para o Centro, a restauração do antigo Cine Brasil, na Praça Sete, tem especial significado. A ação é inspirada na valorização da história de Belo Horizonte e na reafirmação do Centro como lugar que, tradicionalmente, reúne pessoas de todas as classes sociais, respeitando a diversidade cultural.

Inagurado em 14 de julho de 1932, o Cine Teatro Brasil, projetado pelo arquiteto Alberto Murgel, marcou a chegada do estilo art deco a Belo Horizonte e lembra tempos de muito charme, em que o cinema era a principal diversão dos moradores da capital. Aprovado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico – IEPHA-MG, o projeto de restauração é do arquiteto Alípio Castelo Branco. Vamos recuperar as características originais, com espaço para diversas atrações, como cinema, teatro, oficinas e cursos voltados para todo tipo de público, anuncia.

O presidente da Associação dos Comerciantes do Hipercentro de Belo Horizonte, Pedro Bacha, reconhece o esforço da administração municipal, ao retirar os camelôs das ruas, garantindo-lhes condição de trabalho digna em outros locais: Ao mesmo tempo, ela está promovendo reformas, que deixam a cidade mais bonita, comemora o empresário. Para a maioria dos comerciantes e moradores do Centro, a retirada dos ambulantes, resultou em mais segurança, pois a aglomeração de barracas nos passeios dificultava a livre circulação e a ação da polícia.

CIDADE JARDIM

1. ORIGEM:

O Bairro Cidade Jardim, na Região Sul de Belo Horizonte, foi criado em 1940 por Juscelino Kubitschek quando era prefeito da capital, já com a aspiração de ser o pedaço mais sofisticado da capital. Antes da urbanização, a região era apenas uma roça ao redor da antiga Fazenda do Leitão, onde atualmente funciona o Museu Histórico Abílio Barreto, num casarão de 1883.

Lá também podemos encontrar o tradicional Colégio Loyola, cujo prédio foi construído durante o governo Juscelino Kubistcheck em 1949.

Com o tempo, as matas fechadas, as embaúbas, os coqueiros, os ribeirões e as residências simples dos pequenos produtores de verduras, donos de granjas e operários dividiram o espaço com casas imponentes de até 600 metros quadrados e com belos estilos arquitetônicos. O comércio local se desenvolveu de acordo com a demanda das famílias com padarias, papelarias, escolas, agências bancárias e lojas de decoração.

O Cidade Jardim ainda é considerado um dos bairros mais nobres da capital, tem um conjunto de arquitetura modernista preservado e uma área verde que se destaca entre as avenidas do Contorno e Raja Gabaglia. A principal avenida do bairro é a Prudente de Morais, onde o comércio de restaurantes e supermercados se concentra. Nas outras ruas, a vida é mais tranqüila, com trânsito um pouco mais intenso nas ruas Josafá Belo e Olímpio de Assis.

O bairro Cidade Jardim vem conseguindo ao longo dos anos, manter suas características sem abrir mão da modernidade. Ele conserva ruas arborizadas com casarões em estilos variados e belos jardins, a maioria pertencentes a famílias tradicionais da sociedade mineira.

2. DESENVOLVIMENTO/ INFRA – ESTRUTURA:

Com uma área de 51,7 hectares, possui uma população estimada em 2,5 mil moradores.

A sua infra-estrutura comercial é suficiente para atender a demanda dos moradores. É fácil encontrar por ali agências bancárias, padarias, salões de beleza, lanchonetes, bares, restaurantes, supermercados, colégios, antiquários, além de pequenas lojas que oferecem uma enorme gama de outros produtos.

Com uma malha de avenidas e ruas que o ligam aos bairros Gutierrez, Santo Antônio, Santa Lúcia, São Bento, Alto Santa Lúcia e Vila Paris, o Cidade Jardim é um bairro tranquilo, luxuoso e, por isso mesmo, objeto de desejo de muita gente que sonha morar bem algum dia.

O bairro foi classificado pela prefeitura como área de adensamento especial, onde são autorizados apenas empreendimentos comerciais que não atraiam grande fluxo de carros e pessoas. Com discrição, preservação e charme, algumas casas se transformam em spas, antiquários e bufês. Para preservar os ares de cidade jardim e dar visibildiade ao paisagismo das residências, a nova política de ocupação proíbe a construção de muros com mais de 80 centímetros de altura

O bairro preserva espaços para quem aprecia a simplicidade da vida. Se alguém duvida, que passe meia hora na mercearia que há 60 anos funciona na esquina das ruas Conde de Linhares com Teixeira Mendes. O dono do estabelecimento, Oscar Francisco Cardoso, garante que conhece a maioria dos moradores. “Em outros lugares você ainda vê isso?”, pergunta, abrindo a gaveta do caixa com dezenas de cadernetas.

Também é pela mercearia que pessoas interessadas em imóvel na região e até corretores passam quase todos os dias em busca de uma esperança de morar ou investir no Cidade Jardim. “Apartamento para alugar é difícil. Casa mais ainda”, vai logo avisando. Para Oscar, a região não é só um local de acesso fácil e estrutura privilegiada. “O bairro é lindo e o povo aqui é bom demais.” Outra tendência, conta o comerciante, é a locação de apartamentos para estudantes vindos do interior. “Para o comércio, não há dúvida, o ponto é muito bom.”

Por se tratar de bairro antigo e de localização privilegiada, o Cidade Jardim não tem lotes vagos, o que valoriza os imóveis existentes. Para operações de compra e venda, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG) constatou, em junho, o preço máximo de R$ 454 mil para apartamento de três quartos na região.

CRUZEIRO

1. ORIGEM:

Há 41 anos, quando os primeiros moradores começaram a chegar ao Cruzeiro, bairro da região Centro - Sul, não imaginavam que aquela área descampada e cheia de minério, se tornaria, um dia, um excelente local para se viver. Da Rua Maceió até os limites com o bairro Mangabeiras, quase nada se via. Aos poucos o aglomerado conhecido como Pindura-Saia, ia dando lugar a casas, prédios residenciais e lojas. Isso concorria para a definição do prolongamento da Avenida Afonso Pena e para a abertura de ruas que melhorariam o acesso ao bairro.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

Pouco a pouco, importantes órgãos da sociedade se instalaram no local, como a Ordem dos Advogados do Brasil, seção Minas Gerais, Associação dos Magistrados Mineiros(AMAGIS) e a Fundação Mineira de Educação e Cultura(FUMEC). Mas o principal ponto de referência do bairro continua sendo o Mercado Distrital do Cruzeiro, situado na Rua Ouro Fino, que ocupa uma área de 2.947 metros quadrados. O espaço, inaugurado há quase 32 anos, tem 83 lojas e estacionamento para cerca de 180 veículos, atraindo consumidores da vizinhança do bairro, com o seu maior movimento acontecendo nos finais de semana, em especial em um restaurante de origem uruguaia, que chega a receber até 4 mil pessoas.

Na Rua Vitório Marçola, localizada na divisa do bairro com o bairro Anchieta, concentram-se os principais estabelecimentos comerciais da região: padarias, bares, farmácias, lojas, bancas de revistas. Há deficiência apenas no setor bancário. Este serviço normalmente é feito no bairro Anchieta.

O Cruzeiro ocupa uma área de 52,4 hectares, e tem uma população estimada em 4.605 pessoas.

FUNCIONÁRIOS

1.ORIGEM:

Um dos bairros mais antigos de Belo Horizonte, localizado na região Centro - Sul, o Funcionários é referência cultural e histórica. Fundado em 1896, dois anos depois do início das obras para a construção da nova capital, foi planejado para acolher funcionários públicos recém–transferidos de Ouro Preto. As suas primeiras moradias respeitavam a hierarquia do funcionalismo e serviam para identificar o nível social das famílias. Os imóveis obedeciam a seis padrões que variavam de a à f, de acordo com a função do servidor. As mais simples eram para porteiros e serventes e as sofisticadas e maiores pertenciam a diretores e desembargadores. Outra curiosidade sobre as casas era o número de janelas, que indicavam também o status do morador. Quanto maior o número de janelas, mais ilustre era o dono da moradia.

Quem caminha pelo Funcionários, pode observar fragmentos da história registrado na arquitetura de casarões imponentes e no traçado de ruas arborizadas. A localização privilegiada, somada ao comércio da Savassi e ao complexo arquitetônico da Praça da Liberdade, transformaram o bairro em um dos endereços residenciais mais caros da cidade.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA - ESTRUTURA:

Tradição e modernidade. Essa é a combinação que faz do Funcionários, um dos espaços mais disputados e charmosos da capital mineira. Criado para ser um pólo residencial e com a responsabilidade de incentivar o crescimento das demais regiões, o bairro sempre foi sede do poder público e referência para muitas atividades comerciais e financeiras instaladas na capital.

Durante a década de 80, sofreu intensas modificações, sobretudo em sua área residencial. Os antigos casarões construídos ao longo de ruas importantes como Timbiras, Sergipe, Maranhão e Piauí cederam espaço para edifícios modernos. Esta foi a forma encontrada pelo mercado para melhor aproveitamento dos terrenos que se valorizavam rapidamente.

Vizinho do Centro e de bairros nobres como Mangabeiras, Serra, Santo Antônio, Sion e São Lucas, o Funcionários pode ser acessado por importantes vias de tráfego como as avenidas do Contorno, Cristóvão Colombo, Getúlio Vargas, Afonso Pena e Nossa Senhora do Carmo. As avenidas e ruas levam nomes de estados brasileiros e personagens importantes da literatura, política e histórica do Brasil, tais como, Tomé de Souza, Gonçalves Dias, Fernandes Tourinho e Antônio de Albuquerque entre outros.

O Funcionários abriga também a Savassi, uma faixa geográfica que se destaca como um dos mais bem sucedidos pólos econômicos e culturais da cidade, com um comércio variado, além de shoppings como o Pátio Savassi e o 5ª Avenida. Ostenta lojas de grifes famosas e ateliês, sempre prontas a surpreender as passarelas com o que há de mais arrojado e eclético.

Hotéis, flats, centros de compras, galerias de arte, farmácias, academias, padarias, agências bancárias, fast food e clínicas de serviços médicos, odontológicos e estéticos compõem a rede de comércio e serviços, enquanto cinemas, teatros, boates e praças oferecem o que há de mais variado em opções culturais.

Bares e restaurantes, igualmente democráticos, integram um sofisticado roteiro gastronômico começando pela cozinha mineira e passando por outras não menos apetitosas como a árabe, italiana, francesa e oriental.

Para Maria Auxiliadora Teixeira de Souza, presidente da Associação dos Lojistas e Moradores da Savassi – ALSA, além da importância histórica da região, é sempre bom lembrar que ali se concentra um dos setores mais importantes da economia mineira: o de serviços. Mais de 40% dos 2 mil empreendimentos comerciais instalados na Savassi, são prestadores de serviço”, destaca a moradora do bairro há mais de 40 anos.

LOURDES

1. ORIGEM:

Apesar de sua fundação oficial ter acontecido em meados da década de 30, o bairro de Lourdes, localizado na região Centro - Sul, começou a surgir bem antes, sob a proteção da Basílica de Nossa Senhora de Lourdes, inaugurada em 1923. Mais tarde vieram o estádio do Clube Atlético Mineiro, inaugurado em 1929, e o Minas Tênis Clube, inaugurado em 1937. Conta-se que o bairro teria sido criado para abrigar as classes mais abastadas de Belo Horizonte que, inicialmente, haviam habitado a região do Cidade Jardim, já saturada.

A beleza da região, as ruas arborizadas e a localização privilegiada são características que ainda hoje fazem do Lourdes um dos espaços mais disputados da capital. Grandes jardins continuam a embelezar a fachada dos prédios luxuosos e ruas com passeios largos dão uma característica diferenciada ao projeto urbanístico local.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

Considerado pelo Instituto de Pesquisas Administrativas e Econômicas de Minas Gerais da UFMG(IPEAD/UFMG), como um bairro de altíssimo padrão, o Lourdes abriga desde pequenos edifícios de 3 ou 4 andares, que marcaram o início da verticalização da cidade, até espigões gigantescos com unidades residenciais, salas e espaços corporativos.

A localização privilegiada e a proximidade com a Savassi fizeram do Lourdes um pólo de luxo e glamour. Restaurantes premiados pela crítica e público, como Favorita, Taste Vin, Pizzaria Marília, D’artagnan, Maria de Lourdes, Ah! Bom e Specialli, dentre outros, se instalaram por lá e atendem primorosamente a paladares refinados e gostos exigentes. É também no Lourdes que estão as lojas mais requintadas de Belo Horizonte, que vão de antiquários como o Marco Grilli e o Via Marília, a móveis de designer moderno, passando pelo melhor da moda mineira às grifes internacionais, como Bárbara Bella, Vila Vitinni, McGuia, Um, deux, Trois, entre outras. Supermercados, o Shopping Diamond Mall com produtos e serviços sofisticados e bares tradicionais como o Tip Top, o Tizé e o Bar do Lopes, também se distinguem neste cenário, além de escolas tradicionais como a Faculdade Metodista Izabella Hendrix.

O bairro mais valorizado de Belo Horizonte tem imóveis que ultrapassam a 3,5 milhões de reais e a vizinhança de belos espaços como as praças Marília de Dirceu, da Liberdade e da Assembléia Legislativa.

LUXEMBURGO

1. ORIGEM:

Os primórdios do bairro Luxemburgo, localizado na região Centro-Sul, remontam à visita do sr. Albert Scharlé ao Brasil, a convite do grão-duque de Luxembrugo, para dirigir a Siderúrgica Belgo Mineira. Scharlé, encantou-se com as paisagens belorizontinas, especialmente por uma área ao sul da cidade, onde havia uma fazenda que pertencia a um grupo de ingleses. Comprou-a e reformou a casa grande, vivendo lá por muitos anos.

Depois de sua morte e com o crescimento da cidade, seus herdeiros resolveram parcelar e vender parte dessas terras que, a essa altura, já eram conhecidas como Luxemburgo.

Assim nasceu o bairro.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

Localizado entre a Cidade Jardim e a Vila Paris, espremido entre bairros de classe média alta, o Luxemburgo tem acesso pelas avenidas Guaicuí, Prudente de Morais e Raja Gabáglia, além de vias alternativas dentro do próprio bairro.

A Praça José Cavalini, considerada o centro do bairro, por ser ponto de convergência das principais ruas e centro comercial, teve seu nome inspirado no empresário José Cavalini, fundador da lavanderia Eureka. Ele foi o maior incentivador da construção da Avenida Prudente de Morais. Sua neta e uma das sócias da lavanderia, Suzana Cavalini, mora na Rua Jornalista Felipe Drummond de declara: aqui vemos coisas que nos lembram o interior, ao se deparar com costumes inusitados dos frequentadores da praça.

Escolas de idiomas, locadoras de vídeos, farmácias, sacolões, comércio de moda masculina e feminina, tecidos de cama, mesa e banho, restaurantes, self services e várias opções de comida caseira para pronta entrega revelam a boa infra-estrutura do Luxemburgo. O bairro tem ainda uma igreja, barbeiro, escolas, 2 hospitais(Luxemburgo e Mário Penna), escola de natação, dança, capoeira, pequenos serviços de consertos e algumas oficinas mecânicas e de eletrodomésticos.

Segundo dados da PBH, existem 1.413 domicílios no bairro, com uma densidade demográfica de 89 habitantes por quilômetro quadrado.

MANGABEIRAS

1.ORIGEM:

Com casas e mansões que ocupam espaços íngremes como que escalando montanhas, o bairro Mangabeiras, situado na região Centro - Sul é de recente ocupação, e possui várias belezas naturais. Uma delas é a Serra do Curral, eleita símbolo de Belo Horizonte através de plebiscito popular realizado em 1994. Tem ainda o Parque das Mangabeiras, um dos maiores parques urbanos do País, com 2,3 milhões de metros quadrados, projetado pelo paisagista Burle Marx e inaugurado em 1982.

A Praça da Bandeira se configura como outro ponto importante da região. Reinaugurada em 12 de dezembro de 1997, como parte das comemorações dos 100 anos da capital mineira, a praça é um espaço aberto e contemplativo, onde se encontra o Marco Cívico do Centenário. Há ainda no local a Rua do Amendoim, que integra o folclore turístico da cidade, quando por ilusão de ótica os veículos desligados, sobem, ao invés de descerem, uma suave ladeira.

Os moradores do Mangabeiras têm ainda mais um outro motivo de orgulho do seu bairro na amplamente conhecida Praça do Papa.

"Que belo horizonte..." Esta foi a expressão usada pelo Papa João Paulo II diante da paisagem urbana que avistou do alto do bairro, quando esteve na cidade em 1980. Desde então a Praça Israel Pinheiro, onde foi celebrada a missa campal, passou a ser chamada de Praça do Papa. No meio dela foi colocado um simbólico monumento de ferro, em homenagem à sua visita. Atualmente é um dos locais onde mais acontecem manifestações religiosas.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

Considerado um dos bairros mais nobres de Belo Horizonte, o Mangabeiras é sem dúvida, um lugar ideal para se morar. Mas, para a grande maioria dos mortais, ter uma casa na região não passa de sonho impossível. Uma mansão na região chega a custar até 5 milhões de reais, dependendo da localização do terreno.

Como é um bairro estritamente residencial, quem mora no Mangabeiras precisa se deslocar para outras regiões da cidade na hora de efetuar compras.

No Mangabeiras está localizado a residência oficial do Governador do Estado de Minas Gerais, o Instituto Hilton Rocha, atualmente desativado e a Escola de Artes Guignard.

SANTA LÚCIA

1. ORIGEM:

O bairro começou a ser estruturado no início da década de 1970. A abertura da Avenida Prudente de Morais, no período, incentivou não só o crescimento dos bairros existentes, levando ao surgimento de muitos prédios em lugar das antigas casas, como também estimulou a ocupação de novos bairros. Foi o caso do Santa Lúcia.

Ele era situado na ex-Colônia Afonso Pena e teve seus primeiros loteamentos aprovados em 1928. Apesar disso, sua ocupação não se deu de imediato. Na década de 1940, linhas de bonde começaram a chegar na região e a intensificação de seu povoamento só ocorreu na virada da década de 1960 para 1970, com a construção de vias de acesso ao bairro.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:
 

Para quem quer a independência de viver em uma casa, ou a segurança de um apartamento, o Santa Lúcia é uma boa opção.

Localizado na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, é muito familiar por natureza, segundo a executiva: É diversificado, tem tanto casas, mansões e prédios residenciais quanto estabelecimentos comerciais, além de oferecer qualidade de vida ao morador pela barragem, que tem uma bela pista de caminhada, espaço para lazer muito agradável e está ladeado por bons bairros, como o São Bento.

Talvez o Santa Lúcia seja um dos poucos bairros da capital mineira marcados pela modernidade arquitetônica. Nele há construções muito arrojadas também, como o Edifício Panorama, onde fica o consulado americano. Ele abriga uma linha arrojada da arquitetura, proporcionada pela Construtora EPO, que investe muito lá. Há, por exemplo, um prédio residencial onde a garagem fica no andar de cada morador. Então, podemos concluir que o bairro é marcado por uma diversidade arquitetônica, pela comunidade da barragem Santa Lúcia de um lado e a exuberância da arquitetura moderna de outro.


SANTO AGOSTINHO

1. ORIGEM:

O bairro Santo Agostinho, localizado na região Centro-Sul, surgiu sob a égide do Colégio Santo Agostinho, fundado em 1934 pelos padres Agostinianos.

Passados mais de 70 anos, o prédio que abriga o colégio ainda mantém o seu estilo e charme, e é uma das grandes referências da região, fazendo com que o bairro seja considerado elegante, e a exemplo dos bairros Belvedere e Lourdes, possua um dos metros quadrados mais caros da cidade.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

Com uma população em torno de 8 mil habitantes, o bairro possui um comércio bastante diversificado e que atende bem às necessidades dos moradores, com bares, restaurantes, agências bancárias, armarinhos, locadoras de vídeos, pizzarias, escritórios, supermercados, academias, cinemas e teatro. Abriga também o Hospital Mater Dei e o Shopping Diamond Mall, construído no antigo campo do Clube Atlético Mineiro.

Cortado pelas avenidas Olegário Maciel e Barbacena, duas tradicionais vias de trânsito da capital, o bairro também tem pontos turísticos importantes, como a sede do Clube Atlético Mineiro, a Assembléia Legislativa de Minas Gerais e a igreja Nossa Senhora de Fátima, na Praça Carlos Chagas (mais conhecida como Praça da Assembléia), ponto de encontro e lazer dos moradores.

Também se destacam na região as sedes da Companha Energética de Minas Gerais – CEMIG, Colégio Municipal Marconi e centenas de clínicas e consultórios médicos.

Localizado entre Lourdes, Gutierrez, Barro Preto e Centro, o bairro Santo Agostinho, além das vias de acesso privilegiadas, possui vias ruas arborizadas, topografia plana, trânsito tranquilo, áreas de lazer bem cuidadas e uma completa rede de serviços.

SANTO ANTÔNIO

1. ORIGEM:

Um dos primeiros bairros nascidos fora do perímetro da Avenida do Contorno, o Santo Antônio, localizado na região Centro - Sul, ainda conserva características arquitetônicas e vocação residencial. O bairro surgiu na década de 20 a partir da antiga Colônia Afonso Pena, que tinha como principal referência uma caixa d’água, situada onde hoje se encontra a sede da COPASA.

Na década de 70, muitas de suas casas unifamiliares cederam espaço para grandes edifícios. Essa verticalização impulsionou o mercado imobiliário, que se desenvolveu de maneira rápida e ascendente.

Com ruas que levam o nome de cidades mineiras e uma topografia acidentada que dão uma vista bonita da cidade, o Santo Antônio, além de ser um dos mais tradicionais bairros de Belo Horizonte, é também um dos mais aprazíveis para se viver.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

Apesar da carência de áreas verdes, o bairro ainda possui um grande número de ruas arborizadas. A população, estimada em 23 mil moradores, tem a seu dispor um comércio variado e sofisticado, com butiques de grife, mercearias, farmácias, lavanderias, sacolões, padarias e serviços de primeira necessidade.

O Santo Antônio é marcado por alguns símbolos. Além do prédio da antiga Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG - FAFICH e a igreja Santo Antônio, um aspecto cultural inusitado na região é a escultura da vaquinha, na Rua Leopoldina. A peça, instalada na década de 70, é tombada pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte e já virou referência para quem visita o bairro ou mora lá.

O nome de santo dado ao bairro não impediu que o mesmo ficasse conhecido também pelo lado menos devoto. Um bom número de barzinhos está concentrado entre as ruas Congonhas, Santo Antônio do Monte e Leopoldina, num quarteirão que já serviu de cenário para o filme O Menino Maluquinho, adaptação do cineasta mineiro Helvécio Ratton para a obra de Ziraldo. Desde os tempos do Bar do Lulu, uma multidão de botecos vem se multiplicando e ajudando a consagrar a fama boêmia do lugar, entre os quais se destacam Salsa Parrila, Andaluz, Bar da Fida, Casa da Árvore, Via Cristina, Du Espeto e Casa África. O bairro oferece ainda opções diferenciadas com o Fuxiquim, especializado em batatas suíças, a Cachaçaria Revista Viva e a Champanheria Ora Bolhas, além de espaços como o Em Nome do Santo, que abriga ambientes dançantes e múltiplos.

SÃO BENTO

1. ORIGEM:

O São Bento fazia parte da antiga Colônia Afonso Pena, área reservada no início da história de Belo Horizonte para pequenos produtores rurais, que abasteciam a capital com seus produtos. Existem duas versões para o nome do bairro. A primeira é que estaria ligado ao Mosteiro Nossa Senhora das Graças, que fica próximo à região, dirigido pelas monjas beneditinas. A segunda é que o bairro leva o nome do patriarca da família responsável pelo loteamento, Bento Simão.

Mesmo considerado um tradicional bairro de Belo Horizonte, o São Bento é relativamente novo. A ocupação do loteamento teve início no final da década de 1970. Vizinhança de classe alta – e talvez venha daí a fama –, ainda conserva certa tranquilidade, com ruas poucos movimentadas, arborizadas e limpas. Boa parte da área é estritamente residencial, tendo nas belas casas construídas em lotes grandes seu retrato perfeito.

Acompanhando o perfil de alguns de seus vizinhos, como o Santa Lúcia, Belvedere, Vila Paris e Cidade Jardim, o São Bento abriga famílias de classes mais abastadas. O bairro fica localizado em uma das partes mais distantes da ex-Colônia Afonso Pena – áreas que, no início da história de Belo Horizonte, eram destinadas aos pequenos produtores rurais que abasteciam a capital. Impulsionado pela construção, no início da década de 1970, das avenidas Raja Gabáglia e Prudente de Morais, o bairro começou a ser efetivamente ocupado em 1980.

Patriarca da família responsável pelo loteamento do bairro, Bento Simão batiza uma das avenidas mais importantes da vizinhança, onde os moradores vão fazer caminhada ou corrida. Além da suspeita de o bairro carregar o primeiro nome de Simão, existe a versão de que é uma referência ao Mosteiro Nossa Senhora das Graças, dirigido por monjas beneditinas, e que há mais de 60 anos ocupa uma área bem próxima a uma pequena mata no Vila Paris, bairro vizinho.

 

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

A área próxima à entrada do bairro pela Avenida Prudente de Morais concentra os poucos edifícios e comércio do São Bento. O resto da vizinhança é composto por casas luxuosas e espaçosas, com belos jardins. Isso garante muita tranquilidade e silêncio às ruas e praças da região.

De uma construção de edifícios polêmica, no começo da década de 1990, a uma referência e principal ponto comercial. O Center Shopping é uma das poucas opções de lazer e compras do São Bento. Algumas poucas lojas ocupam a mesma área, na entrada do bairro pela Avenida Prudente de Morais. Com o comércio acanhado, o que garante parte da tranquilidade da região, a solução encontrada pela população é buscar tais serviços nos bairros vizinhos – Santa Lúcia, Luxemburgo, Vila Paris e Cidade Jardim.

“É um lugar privilegiado pela situação geográfica, com vários pontos de entrada e saída. Isso facilita o ir e vir de quem mora lá. Tem a igreja, construída pelos próprios moradores. O São Bento já nasceu com vocação residencial, com lugares agradáveis para fazer caminhadas. Surgiu quase como uma extensão do Cidade Jardim”, afirma Cássia Ximenes, vice-presidente da Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (Secovi-MG). Ela explica que existem poucos lotes no bairro. “Dá para contar na mão”, completa. A grande parte dos imóveis disponíveis são casas, construídas em diferentes épocas.

Além do centro comercial, a Paróquia São Bento e a Praça República do Líbano são as principais referências do bairro. Prevista no projeto original do loteamento, a paróquia só foi construída por iniciativa de alguns moradores. Em 11 de julho de 1986, dom Serafim Fernandes de Araújo, então arcebispo da cidade, criou a 163ª paróquia da cidade. Apresentando um projeto moderno, a Paróquia de São Bento, vista de cima, parece uma cruz.

Um dos primeiros prédios levantados no bairro foi o da Escola Santo Tomás de Aquino, que se mudou de uma casa no Centro para o São Bento em 1978. A instituição de ensino ocupa área de 11 lotes.

O Parque Jornalista Eduardo Couri fica, na verdade, no Santa Lúcia. Mas como é bem ao lado do São Bento, faz parte das opções de lazer ao ar livre de seus moradores. Antes um lugar degradado, o parque, popularmente conhecido por Barragem Santa Lúcia, tem área aproximada de 80 mil metros quadrados. Implantado em 1996, hoje é referência de lazer e integração entre pessoas de classes diferentes, todas morando na mesma região e usufruindo da fauna, flora e beleza de uma das poucas áreas de preservação da cidade.

A quantidade de linhas de ônibus é considerável para um bairro de densidade baixa. As duas principais vias de entrada e saída são as Avenidas Raja Gabáglia e Pudente de Morais. Luxemburgo, Vila Paris, Conjunto Santa Maria e Santa Lúcia, na Região Centro-Sul, e Estoril, na Região Oeste, limitam o São Bento.


SÃO PEDRO

1. ORIGEM:

Cercado pelo pelos bairros Santo Antônio, Savassi e Sion, o São Pedro, bairro da região Centro - Sul, é visto pelos moradores como um lugar tranquilo, com boa infra-estrutura e de fácil acesso.

O engenheiro Adelmo Nunes Muniz, de 95 anos, lembra da época em que o bairro não tinha nada a oferecer. Em 1941, ele e o amigo Sílvio Werneck investiram 4 mil cruzeiros na compra de um terreno onde antes existia um campo de futebol, equivalente a 35 lotes. No lugar, construíram 3 casas e venderam os outros lotes. Fui um dos primeiros moradores do bairro. Morei na rua Major Lopes durante 20 anos e era formidável. Passei bons momentos da vida naquele bairro, onde inclusive criei meus filhos. Há algum tempo, vendi as casas e construí um prédio de apartamentos e já negociei todos, relata o morador, que há 23 anos mora no bairro Funcionários.

Em março de 1950 foi instalado no bairro o Colégio Marista Dom Silvério, um dos mais tradicionais educandários de Belo Horizonte, que conta atualmente com quase 4 mil alunos.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

De acordo com dados do IBGE, o bairro São Pedro tem uma população estimada em 5.473 pessoas.

Quem mora no São Pedro só tem elogios para o bairro. Fica próximo das praças da Liberdade, JK, e do BH SHOPPING. Conta com uma diversificada rede de produtos e serviços, tais como supermercados, farmácias, agências bancárias, sacolões, padarias, livrarias, casas lotéricas e muito mais. Além disso, o bairro é servido por uma linha de ônibus, que é suficiente.

Conta também com um grande espaço poliesportivo, usado também para sediar shows e demais eventos culturais, construído em uma área de 11.600 metros quadrados, que é o Marista Hall, hoje conhecido como Chevrolet Hall, além do Shopping Pátio Savassi, anexo ao Colégio Dom Silvério.

SAVASSI

1. ORIGEM:

Foi do batismo do estabelecimento comercial de propriedade de uma família homônima de imigrantes italianos que nasceu um dos lugares mais badalados de Belo Horizonte, incrustado na região Centro - Sul. Inaugurada em 1939, na Praça Diogo de Vasconcelos, a PADARIA E CONFEITARIA SAVASSI – hoje funcionando na Rua Rio Grande do Norte, próximo à trincheira – acabou dando nome à região que começa na Praça Tiradentes, esquina das avenidas Brasil e Afonso Pena, e segue até a Praça da Liberdade, incluindo a parte alta da Rua da Bahia, Avenida do Contorno e Praça Milton Campos.

Testemunha viva da história local, onde nasceu e foi criado, o empresário e compositor Pacífico Mascarenhas diz não ter dúvidas que o nome Savassi veio mesmo da turma de cerca de 60 jovens que, nas décadas de 40 e 50, frequentavam a padaria homônima. A região poderia se chamar São Félix(farmácia), Triângulo ou Colombo(armazéns), que também eram estabelecimentos comerciais que funcionavam no local. Mas acabou tornando-se Savassi por causa da nossa turma, que fez da padaria o seu ponto de encontro, afirma o compositor que, já em meados de 1950, compôs, em parceria com José Sardinha Guimarães e Luiz Mário Barros, o choro Turma da Savassi.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

Durante a década de 80, a Savassi sofreu as mais intensas transformações, que a tornaram eminentemente comercial.

A Savassi na realidade é uma faixa geográfica dentro do bairro Funcionários, que se destaca como um dos mais bem sucedidos pólos econômicos e culturais da cidade, com um comércio variado, além de shoppings como o Pátio Savassi e o 5ª Avenida. Ostenta lojas de grifes famosas e ateliês, sempre prontas a surpreender as passarelas com o que há de mais arrojado e eclético.

Hotéis, flats, centros de compras, galerias de arte, farmácias, academias, padarias, agências bancárias, fast food e clínicas de serviços médicos, odontológicos e estéticos compõem a rede de comércio e serviços, enquanto cinemas, teatros, boates e praças oferecem o que há de mais variado em opções culturais.

Bares e restaurantes, igualmente democráticos, integram um sofisticado roteiro gastronômico começando pela cozinha mineira e passando por outras não menos apetitosas como a árabe, italiana, francesa e oriental.

SERRA

1. ORIGEM:

O nome do bairro é uma referência ao antigo córrego da Serra, que nos primórdios da capital, cortava toda a cidade.

Famílias de alto poder aquisitivo, residindo em imensas chácaras. Assim era o bairro Serra quando de sua origem. Segundo o arquiteto Manoel Teixeira, do Instituto dos Arquitetos do Brasil, seção Minas Gerais, foi na década de 20 que o bairro Serra, localizado na região Centro - Sul, começou a se (trans)formar, com a ocupação da Favela da Serra. Na década de 50 acontecia o primeiro processo de verticalização, embora com edifícios de baixa estatura.

Na década de 70 observou-se o auge deste tipo de ocupação. O valor do terreno local aumentou muito e as famílias começaram a sofrer pressão para venderem suas casas, que rapidamente foram demolidas para construção de grandes edifícios.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

As ruas arborizadas e a exuberante paisagem da Serra do Curral são horizontes compartilhados por ricos e pobres no bairro Serra. O acesso é fácil e o comércio variado. Sofisticadas butiques e lojas de decoração convivem harmoniosamente com pequenas mercearias e charmosos empórios. Grandes redes de supermercados, drogarias, padarias, lojas diversas, lotéricas, hospitais, colégios, clínicas e serviços em geral compõem uma vasta rede de atendimento ao consumidor, mas há quem reclame da ausência de agências bancárias.

Os bares e restaurantes instalados são um atrativo à parte e seduzem moradores e visitantes. Estão entre os mais requisitados a Taberna do Baltazar, o Baiúca e o requintado Villa Rizza.

Desde a década de 40, com a inauguração do Olympico Club, fundado pelos próprios moradores, e mais tarde com a implantação da unidade II do Minas Tênis Clube, em 1984, a referência de lazer no bairro Serra passou a ser intimamente ligada a esses dois clubes, conjuntamente com o Parque das Mangabeiras.

SION

1. ORIGEM:

O antigo Colégio Sion, atual Santa Dorotéia, internato religioso que educava as filhas das tradicionais famílias mineiras, serviu de inspiração para o nome do bairro, que teve sua primeira planta aprovada pela Prefeitura de Belo Horizonte em 1928. Na época, as dificuldades de acesso e a distância do centro urbano fizeram com que o lugar ficasse quase isolado, até sua expansão, a partir dos anos 40 e 50.

Em pouco mais de duas décadas, o bairro se transformou.

De lá para cá, o Sion, bairro da região Centro - Sul, tornou-se um dos mais tradicionais e valorizados redutos da zona sul, digno de oferecer o que há de mais completo e variado em infra – estrutura, serviços e comodidades.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

Emoldurado pela Serra do Curral e por áreas de preservação e praças, o bairro Sion pode ser considerado um lugar completo: boa infra – estrutura, lazer, valorização e conforto para quem deseja morar bem. A proximidade com a Savassi e shoppings e o acesso privilegiado pelas avenidas Nossa Senhora do Carmo e Afonso Pena, facilitam a realização de atividades rotineiras e têm contribuição fundamental na valorização comercial e expansão do lugar.

Consolidado como área nobre, o Sion atrai consumidores da classe A e empreendimentos imobiliários de alto luxo. Não é a toa que o bairro vem se firmando como o endereço de famílias tradicionais de políticos, artistas, empresários, profissionais liberais e gente de poder aquisitivo elevado.

A vocação comercial pode ser observada em suas vias, como a Avenida Uruguai. A convivência de lojas, butiques arrojadas e padarias com supermercados, drogarias, escolas e uma vasta gama de serviços, permite que os cerca de 25 mil moradores se dêem ao luxo de encontrar tudo o que precisam a poucos metros de casa.
A diversidade de opções de lazer é estimulada pela presença de bares, restaurantes, churrascarias e espaços culturais, como o Teatro Santa Dorotéia e outros ambientes. Para quem aprecia o ar puro, o bairro oferece a reserva ecológica da Mata das Borboletas e praças bem cuidadas, como Nova York, Miguel Chiquilof e Alasca, além do Parque Municipal Juscelino Kubistechek, aberto à população, com áreas para atividades esportivas e eventos artísticos – culturais.

VILA PARIS

1. ORIGEM:

A história do Vila Paris, bairro localizado na região Centro - Sul, não é muito diferente da maioria dos outros bairros da cidade. O local onde ele foi construído era no passado uma grande fazenda, ocupada certamente por uma das muitas famílias tradicionais que ali residiram nos primeiros anos da jovem capital. Trata-se de um bairro pequeno, que ocupa uma área de 29,7 hectares, com população aproximada de 5 mil moradores.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

Hoje com vida própria, o Vila Paris começa na Praça José Cavalini e termina na Avenida Arthur Bernardes. Fica entre os bairros São Bento, Santo Antônio, Luxemburgo e Santa Lúcia, todos de classe média alta, a 10 minutos do centro. As suas principais vias de acesso são as avenidas Prudente de Morais e Raja Gabáglia, além da Rua Conde de Linhares.

O Vila Paris oferece de tudo a seus moradores e seu comércio inclui sacolões, farmácias, agências bancárias, academias de ginástica, supermercados, padarias, butiques e escolas municipais, estaduais e de idiomas, além da proximidade com o BH SHOPPING.