Foto: Bairro Jardim Montanhês, 2011.

 

ALÍPIO DE MELO:

1.ORIGEM:

Criado a partir do loteamento da antiga Fazenda São José, de propriedade do coronel Alípio de Melo, o nome do bairro homenageia a homônima família e também à tradição operária de seis cooperativas que, em 1976, em convênio firmado com o Banco Nacional da Habitação (BNH), construiram o Conjunto Habitacional Alípio de Melo.

Passado quase meio século, o bairro perdeu muito das suas características iniciais. As casas que tinham o mesmo padrão de casa popular se modificaram, fazendo com que toda a região recebesse investimento em termos de infra-estrutura e uma grande valorização.

2.DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

As ruas com nomes de profissões relembram a origem operária do Alípio de Melo e nos remetem à época da sua criação, época em que a Avenida Abílio Machado se chamava Estrada de Contagem.

Hoje, a Avenida se tornou um dos principais corredores de tráfego da capital, recebendo um fluxo diário de 27 mil veículos, nos dois sentidos. Além disso, abriga uma infinidade de pontos comerciais e de serviços. Ali estão concentrados 7 agências bancárias, casas lotéricas, agência de correio e outras tantas lojas de móveis, roupas, calçados e acabamentos.

Vizinho dos bairros Castelo, Serrano e Padre Eustáquio, o Alípio de Melo tem acessos facilitados pela Rua Padre Eustáquio, Avenida Pedro II e Anel Rodoviário.

De acordo com informações da Prefeitura de Belo Horizonte, as obras que vão interligar as avenidas Pedro II, Tancredo Neves e João XXIII foram iniciadas em 2003 e têm previsão de término em 2008. O trabalho inclui a remoção de cerca de 2,4 mil famílias, sendo que a primeira fase do projeto, consumiu cerca de 11 milhões de reais.

Em maio de 2004, foi iniciada a segunda fase, orçada em 4,6 milhões de reais. Essa etapa compreende a canalização dos córregos São José e Davi Rabelo, a implantação asfáltica das avenidas João XXIII e Pedro II e a conclusão da implantação da Rua Davi Rabelo.

Ainda segundo a prefeitura, os primeiros estudos para extensão da Avenida Pedro II foram iniciados no final da década de 70, mas só em 1998 foi realizado um levantamento sócio–econômico dos moradores, permitindo assim a elaboração mais detalhada do projeto de prolongamento da avenida.

Quando estiver concluído, a extensão criará novas vias de acesso às regiões Noroeste, Pampulha, Venda Nova e Norte. A intervenção vai beneficiar também o entorno de bairros como Castelo, Serrano, Saramenha, Santa Terezinha, Paquetá, Conjunto Celso Machado e parte de Contagem.

 

ALTO DOS CAIÇARAS:

 

1. ORIGEM:

 

A área onde hoje se encontra o bairro Alto dos Caiçaras, na região Noroeste de Belo Horizonte, fazia parte da Fazenda do Palmital, e teve seu loteamento aprovado em 1958, Inicialmente o local, com o nome tupi-guarani Kai’sara, que significa limite, cerca de galhos ou varas, sofreu forte influência de grandes obras viárias, como a abertura do Anel Rodoviário na década de 1960.

 

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA-ESTRUTURA:

 

Hoje o cenário é bem diferente. O bairro conta com uma infra-estrutura que dispensa a ida a outras regiões. O comércio se expandiu, e foram aparecendo drogarias, supermercados, salões de beleza, casas lotéricas, academias de ginástica. Há muitos barzinhos, praças e as salas de cinema do Shopping Del Rey. Há também muitos profissionais liberais na área de estética e medicina, além de muitas faculdades, escolas públicas e privadas.

Apesar de o novo acesso facilitar o acesso a outras regiões da cidade, mesmo assim ainda havia um certo isolamento do local, visto que, por ser uma via expressa, era reservada ao trânsito veloz de veículos. Foi a abertura e o prolongamento da Av. Pedro II e a construção da Av. Carlos Luz que possibilitaram a imediata ocupação do bairro.

 

ALTO DOS PINHEIROS:

1. ORIGEM:

Na época da implantação de Belo Horizonte, a área onde hoje se encontra o Alto dos Pinheiros, na Região Noroeste, era tipicamente rural. De ocupação urbana recente, tendo sido oficializado na década de 70, o bairro fazia parte da Fazenda dos Camargos, que foi loteada. Naquela época, não tinha quase nada ali. Era uma região bem isolada.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA-ESTRUTURA:

Hoje, a situação é bem diferente. Há uma variedade de opções que muitas vezes dispensa idas ao Centro de Belo Horizonte ou a Contagem, cidade da região metropolitana que fica próxima ao bairro. Houve uma melhora do comércio que já existia e a abertura de outros, como padaria, academia, supermercado, sacolão, farmácia, depósito de material de construção, além de pequenas indústrias.

Essencialmente residencial, a maioria das moradias existentes no bairro são casas. O lazer das famílias fica por conta dos bares e restaurante que animam as noites no Alto dos Pinheiros. Para a garotada, há o campo do Reunidos Esporte Clube, em que crianças e adolescentes podem praticar futebol de campo. Em tempos de quadrilha, as festas juninas esquentam as tardes e noites do bairro.

O acesso fácil, que pode ser feito pela Via Expressa, Avenida Amazonas e BRs 040 e 262, é uma das principais vantagens do Alto dos Pinheiros. Também há as linhas de ônibus 1505 (Tupi/Alto dos Pinheiros) e 1509 (Califórnia/Tupi).

O aumento e a diversificação de opções de comércio, além da facilidade de acesso a vários lugares, valorizaram o bairro. Quem fixa residência geralmente não se muda. Isso explica o fato de dificilmente serem encontradas opções de venda ou aluguel de imóveis.

Estudos feitos na capital pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis, da Universidade Federal de Minas Gerais (Ipead/UFMG), classificam o Alto dos Pinheiros como popular. Esta conclusão é obtida considerando-se a renda média mensal do chefe de família, que, no caso do bairro, é inferior a cinco salários mínimos.

De acordo com o levantamento realizado pelo Ipead/UFMG em abril de 2009, o valor do aluguel de uma casa de dois quartos na região do Bairro Alto dos Pinheiros era de R$ 438,46. Para compra e venda, o preço praticado em março de 2009 variou de R$ 63 mil a R$ 87 mil para apartamento de dois quartos.

APARECIDA:

1.ORIGEM:

O bairro Aparecida, situado na região Noroeste completou em 13 de julho de 2008, oitenta anos de existência. Ele surgiu em 1928 com o nome de Vila Maria Aparecida, época em que também foram criados os grupos de congado Guarda Feminina Nossa Senhora Aparecida e Moçambique.

O bairro, que possui cerca de 13 mil habitantes, situa-se a 5 Km do Centro e faz divisa com os bairros Nova Esperança, Caiçara, Bom Jesus e Ermelinda.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA-ESTRUTURA:

A Praça Salermo, antigo ponto de encontro de procissões em louvor à Nossa Senhora Aparecida, é atualmente o ponto de convergência para apresentações dos grupos de congado e maracatu. Um dos moradores de destaque no cenário musical é o ator, cantor, compositor e percussionista Maurício Tizumba.

Segundo o vice-presidente da Comissão Independente do Bairro Aparecida – CIBA, José Bonono Neto, o futebol é motivo de orgulho para a comunidade. Os jogadores do Cruzeiro, Morais e Clésio residiram no bairro e os times Social, Palmeiras, Bandeirantes e Galícia fizeram a alegria de muitos moradores.

No bairro está localizado o 4º estabelecimento mais antigo de Belo Horizonte, a Mercearia Zé Totó, aberta em 1943.

BONFIM:

1.ORIGEM:

Próximo do Centro, o bairro Bonfim, localizado na região Noroeste da capital, teve sua origem e nome ligados ao Cemitério do Bonfim, que abriga jazigos de famílias tradicionais da sociedade belohorizontina, desde 8 de fevereiro de 1897, quando foi inaugurado.

Muitos profissionais que participaram do processo construtivo da capital tiveram atuação marcante na ornamentação do cemitério, dentre eles os irmãos Natali(Ernesto, Trento, Carlo e Augusto), Carlos Bianchi, João Amadeu Mucchiut, Gino Ceroli, Nicola Dantolli, Antônio Follini, Lunardi, Alfeu Martini e José Scarlatelli.

O imaginário do bairro também marcou época. Na década de 70, conta a lenda que, por volta das 2 horas da manhã, uma loura irresistível, conhecida como Loura do Bonfim, atraía homens que estavam em bares da região central, pedindo para ser acompanhada até sua casa no bairro Bonfim. Sem poder resistir ao assédio, as vítimas eram conduzidas para o cemitério, verdadeiro endereço da linda moça, que misteriosamente desparecia. Esse caso foi exaustivamente narrado por cronistas e radialistas da cidade, chegando inclusive às telas do cinema através de um curta-metragem.

Dirigido e produzido por Ricardo Horta, e inspirado na lenda que assombrava Belo Horizonte, ele narrava a história de um rapaz fascinado e, ao mesmo tempo, aterrorizado pela loura misteriosa.

2.DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

Galpões e lojas construídas em ruas centenárias, por onde passaram bondes da linha férrea instalada em 1909, ilustram a paisagem urbana, que não sofreu grandes modificações, mesmo depois da construção de modernos edifícios. Casarões e casas antigas ainda podem ser vistas no local.

Apesar da outrora boemia, o bairro tem características familiares e conserva tradições. Mas ainda continua sendo lembrado como local sede das empresas Luder e Massas Orion, e da Rádio Itatiaia, líder de audiência em Minas Gerais.

Segundo estimativas, o bairro possui cerca de 6 mil moradores.

CAIÇARA:

1.ORIGEM:

Uma Vila Vicentina, com um cruzeiro luminoso no alto de um morro, que podia ser visto por quase toda a cidade de Belo Horizonte.

Assim surgiu o Caiçara, bairro da região Noroeste, tão antigo quanto a própria capital mineira. As primeiras casas foram construídas antes mesmo da transferência do título de capital de Minas Gerais, pertencente a Ouro Preto, para Belo Horizonte. O nome do bairro é originário do idioma tupi-guarani kaisara, e significa cerca feita de galhos ou varas.

2. DESENVOLVIMENTO/ INFRA – ESTRUTURA:

Com o passar dos anos, o Caiçara cresceu formando pequenos bairros dentro da sua área limítrofe, tais como, Alto Caiçara, São Geraldo, Vila Aracy, Chácara do Tanque e Vila Adelaide. Hoje é mais conhecido como Caiçara, apesar de algumas pessoas ainda o chamaram de Alto Caiçara e Caiçara- Adelaide.

Possui alguns detalhes que o fazem conhecido por toda a cidade. Um deles é o edifício Jardim das Acácias, conhecido como espigão do Caiçara, por ser o mais alto do bairro. Outro é uma árvore septuagenária instalada no meio da Rua Itaguaí, cercada por flores e pelo cuidado permanente dos moradores.

Vida noturna agitada, comércio variado e sofisticado, praças e parques ecológicos. Os moradores não têm do que reclamar quando assunto é lazer. As opções são variadas e agradam a todos os gostos e idades.

Vão desde os tradicionais barzinhos, até o moderno Shopping Del Rey.

O convívio com a natureza também pode ser aproveitado pelos moradores, em especial na praça José Americano, criada em homenagem a um antigo morador da região, amante do verde. Ela possui quadras diversas e uma pista de cooper projetada entre árvores.

Outra opção para adultos e crianças da região é o Parque Ecológico de Lazer do Caiçara, dotado de uma pequena cascata. O parque foi inaugurado em 1995 e possui mais de 14 mil metros quadrados de área verde, onde estão espalhados brinquedos, quadras de esportes e uma pista de cooper.

 

CALIFÓRNIA:

 

1.ORIGEM:

 

A área conhecida atualmente como Califórnia fazia parte da Fazenda Coqueiros, pertencente à Família Camargos. Com a expansão urbana a partir dos anos 1920 os herdeiros das terras ficaram com medo de uma possível ocupação e lotearam a área relativa à Fazenda Coqueiros, surgindo o bairro Camargos como a primeira aglomeração, porém a área concernente ao que hoje é o Bairro e Conjuntos Califórnia continuou desabitada.

Quando foi lançado o loteamento do Bairro Califórnia, em 01.07.1964, o local onde hoje é o conjunto Califórnia II era um só espaço, com todas as ruas calçadas. Não havia energia elétrica, água era de cisterna, esgoto era com fossa, e ônibus era o Alto dos Pinheiros. Onde é o conjunto Califórnia I, havia apenas uma grande área desabitada.

A BR-040 foi concluída no ano de 1969 e com ela houve a separação do loteamento em duas partes. Detalhe: Em setembro de 2009 a BR-40, trecho compreendido entre Brasília e Belo Horizonte, passou a chamar-se Rodovia Juscelino Kubitschek. Ficou o Califórnia Velho de um lado da BR-040 e os Conjuntos Califórnia I e II mais a Vila Califórnia do outro. Nesta época o Califórnia Novo não existia.

O Bairro Califórnia não tinha planta aprovada na Prefeitura e isso dificultava conseguir obras urbanísticas do poder público e impedia os moradores de obter financiamentos para construções. A aprovação só veio a acontecer em 1978.

Com muito esforço e dedicação dos dirigentes da ASSUCAL-Associação Urbanizadora do Bairro Califórnia, fundada em 1973 e tendo a frente Oswaldo Cardoso como presidente, Guilherme Cardoso como vice, Luciano Pereira, como secretário, Alberto Rosa como tesoureiro, Odilon de Souza como vice, foi conseguida a aprovação do bairro, com a denominação de Califórnia, nome quase perdido numa disputa com o conjunto I, que precisava ter o seu espaço aprovado para a construção de centenas de apartamentos e queria ficar com o nome.

A aprovação da planta do bairro aconteceu em 1978. Politicamente, a PBH foi obrigada a aprovar os dois loteamentos com o mesmo nome, apesar de separadas geograficamente por uma rodovia.E esta divisão geográfica tem causado até hoje muitas confusões para quem se dirige ao Bairro Califórnia pela primeira vez, pois faltam placas indicativas que distingam o Bairro Califórnia dos conjuntos Califórnia I e II.

2. Desenvolvimento/Infra-estrutura:

Somente a partir do ano de 1976 que o Bairro Califórnia conseguiu quase todos os melhoramentos urbanísticos que precisava. Até então, tinha apenas calçamento e luz elétrica. Com o trabalho eficiente de algumas pessoas, o antigo DNER, hoje DNIT, permitiu a abertura e o asfaltamento da Av. Vereador Cícero Idelfonso, saída para a BR-040. Com muita insistência, o Dr. Ocelo Cirino Nogueira, superintendente do DBO, hoje BHTrans, obrigou a empresa de ônibus a colocar um ramal da então linha 28, Alto dos Pinheiros, para o bairro, mais tarde transformado-a em linha direta ao centro. A iluminação pública das ruas veio junto, e em seguida a COPASA colocou água encanada e esgoto nas residências.

No código urbano de posturas da PBH não se permitiu a construção de prédios de mais de quatro andares no Bairro Califórnia. Os prédios maiores foram liberados para os conjuntos Califórnia I e II. Por esse motivo, o bairro não se desenvolveu para mais habitantes e não houve surgimento de supermercado, padaria, farmácia e açougues no local. Todo esse comércio está presente do outro lado da rodovia BR-40, no Conjunto Califórnia I.

Outro elemento de desarticulação interna do Bairro Califórnia é a rede viária que o segmenta dos Conjuntos Califórnia I e II e dos bairros adjacentes Alto dos Pinheiros, Santa Maria, Camargos e Água Branca tais como a Via Expressa (oficialmente Avenida Juscelino Kubitschek), Br-40 e Anel Rodoviário "Celso Mello Azevedo".

Um problema que incomodou os moradores foi em 1975 o lixão ter sido transferido para o Aterro Sanitário da BR-040, Km 513, contíguo ao Conjunto Califórnia I e II, local desapropriado da Fazenda Taiobeiras. A partir de novembro de 2009 não se permitiu a aceitação de mais lixo domiciliar e a partir de dezembro de 2009 não mais o recebimento de terra e nem entulho. Desde julho de 2011 o inativo aterro sanitário da BR-040 ganhou uma central de aproveitamento energético do biogás cujo processamento queima o gás metano que é produzido a partir da decomposição do lixo.

Também ano de 1976 foi inaugurada a Escola Municipal João Camilo Torres - EMJOCAT. Foi uma conquista de um grupo de moradores, comandados pela ASSUCAL, Associação Urbanizadora do Bairro Califórnia, atual AMBCALI, que com muita dedicação e perseverança conseguiu sensibilizar o então secretário municipal de Educação, professor Orlando Vaz Filho a destinar para o Bairro Califórnia uma das 22 unidades prometidas para serem construidas na cidade.

Em 1978 foi construida pelos moradores a Igreja de N. S Aparecida que fica localizada entre as ruas Sebastião Fernandes Brandão e Nevada.

Compreende-se como bairro Califórnia as áreas à esquerda e direita da BR-040 Km 533, sentido Belo Horizonte - Brasília. O bairro Califórnia ainda é limitado pelo Anel Rodoviário ao leste, a Avenida Presidente Juscelino Kubitscheck (antiga Via Expressa) ao sul, o município de Contagem a sudoeste e com os bairros Filadélfia e Pindorama também a oeste, o bairro Glória ao norte e os bairros Álvaro Camargos e Dom Bosco ao nordeste. Os logradouros que compõem o Califórnia Velho são os seguintes (em ordem alfabética):

  • R. Adorino Ferreira
  • R. Augusto Ferreira
  • R. Benjamim José dos Santos
  • R. Crepúsculo
  • R. Cristina Maria de Assis
  • R. Delfim Vieira Coelho
  • R. E
  • R. Emerenciana Batista Camargos
  • R. Ernesto Pereira
  • R. Estér Batista Vieira
  • R. Evangelina Prates
  • R. Felisberta Camargos
  • R. Francisca Carvalho
  • R. Francisco Teles
  • R. João Avelino Pereira
  • R. José Cláudio Sanches
  • R. José Viriato Bahia
  • R. L
  • R. Margarida Assis Fonseca
  • R. Maria Francisca de Carvalho
  • R. Nevada
  • R. Romualdo Netto
  • R. Sebastião Fernandes Brandão
  • Av. Vereador Cícero Ildefonso
  • R. Valfrido de Gramont
  • R. Visconde de Mauá
  • R. Walfrido Mendes
  • R. 12 de Agosto
  • R. 28 de Outubro


As linhas de coletivos que atendem o bairro Califórnia são o 1509, o 4501 e o S41.

  • A linha de coletivos que atende o Califórnia Velho é a 1509, Califórnia-Tupi, que tem seu ponto final na R. João Avelino Pereira, esquina com R. Adorino Ferreira. Seu trajeto segue pela Av. Amazonas até o centro e daí pela R. Jacuí até a Av. Cristiano Machado nas imediações do Minas Shopping, seguindo até o Bairro Tupi.
  • A linha 4501, Califórnia-São Paulo, que tem seu ponto final na R. Patrício Barbosa, no Conjunto Califórnia II. Ele segue pelo Califórnia Novo e o Conj. Califórnia I antes de sair pelo Anel Rodoviário. Segue por dentro dos bairros Padre Eustáquio e Carlos Prates até o centro e de lá ao bairro São Paulo, pela R. Jacuí e a Av. Cristiano Machado.
  • O S41, Califórnia-Prado, cumpre dentro do bairro Califórnia a mesma rota geral do que o 4501, mas deixa o bairro através da R. Deusdedith de Assis. Após sair do bairro Califórnia, segue respectivamente por dentro dos bairros Dom Bosco, Padre Eustáquio, Minas Brasil, Coração Eucarístico, Gameleira, Nova Suíssa, Calafate, Barroca e Prado, antes de voltar pelos mesmos bairros, na mesma rota geral.

Em 2006, a Prefeitura de Belo Horizonte construiu 144 apartamentos populares em uma área ao lado da R. Margarida Assis Fonseca para abrigar família atingidas pelas chuvas de anos anteriores na Capital. Este conjunto ficou conhecido como Conjunto Via Expressa e está na área aprovada como bairro Califórnia.

O bairro Califórnia tem uma população de 14.260 pessoas, segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Entende-se como bairro Califórnia a região que compreende o Califórnia Velho e o Califórnia Novo (6.076 moradores), o Conjunto Califórnia I (3.347 moradores), o Califórnia II (1.737 moradores) e a Vila Califórnia (3.100 moradores). Uma vez que o mesmo Censo citou a população de Belo Horizonte como sendo de 2.375.444 habitantes, 0,6% moram no Bairro Califórnia.

Interessante notar que os moradores do Bairro Califórnia escolheram para viver num dos locais mais altos da capital mineira. A sede da cidade de Belo Horizonte está 852,19 metros de altitude e o ponto mais alto do Bairro Califórnia está aos 980 metros, decrescendo nas direções das bacias hidrográficas da Pampulha e do Arrudas.

Distingue-se ser o Bairro Califórnia ter moradores principalmente de médio poder aquisitivo, excetuando-se os moradores da Vila Califórnia, que tem baixo poder aquisitivo. A Vila Califórnia foi formada inicialmente por operários das obras do Conjunto Califórnia I e II, na década de 1970. Também ergueram barracos no local desempregados e pessoas vindas do interior do Estado. 26% das famílias de renda até um salário mínimo; 38% entre um e dois salários mínimos e 19% entre dois e três salários mínimos. O índice de desemprego atinge 27% da população economicamente ativa, enquanto 19% trabalha no setor informal. Quanto à escolaridade, 73% dos moradores tem ensino fundamental incompleto, 14% ensino médio incompleto e 11% são analfabetos.

Belo Horizonte tem 4.287 Seções Eleitorais, sendo que destas dezoito se encontram instaladas no bairro Califórnia, sendo dezesseis da 29a. Zona Eleitoral no Conjunto Califórnia I e duas da 37a. Zona Eleitoral no Califórnia "Velho".

Os eleitores do bairro Califórnia, inclusive as regiões do bairro denominadas por Conjunto Califórnia I e II, Conjunto Via Expressa e Vila Califórnia votam na 29a. e 37a. Zonas Eleitorais. O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais - TRE-MG, por meio do Cartório Eleitoral situado na Avenida do Contorno, 7.038, determinou os seguintes locais de votação:

  • Escola Estadual Professor Clóvis Salgado, situada à Av. das Castanholas, 80 - Conjunto. Califórnia I:

Eleitores que votam na 29a. Zona Eleitoral e nas Seções Eleitorais: 110, 111, 112, 113, 114, 115, 116, 117, 118, 267 e 276.

  • Centro Educacional Carlo Collodi, ex-Pinóquio, situado à R. das Guitarras, 60 - Conjunto Califórnia I:

Eleitores que votam na 29a. Zona Eleitoral e nas Seções Eleitorais: 245, 248, 253 e 278.

  • Escola Municipal João Camilo de Oliveira Torres, situada à R. Ester Batista Vieira, 12 - Califórnia ("Velho"):

Eleitores que votam na 37a. Zona Eleitoral e nas Seções Eleitorais: 362 e 370.

No resultado das últimas eleições em 2010 o TRE-MG compultou a presença de 5.035 eleitores no bairro Califórnia, representando 0,33% do total de 1.539.672 eleitores que compareceram, isto para o cargo de Governador.

No bairro Califórnia a quantidade média de votos brancos e nulos considerando todas as Seções Eleitorais foi de 16,24%. A quantidade de votos brancos e nulos considerando apenas as Seções Eleitorais da 29a. Zona Eleitoral foi de 15,95% e a quantidade de votos brancos e nulos considerando apenas as Seções Eleitorais da 37a. Zona Eleitoral foi de 17,87%.

Com a falta de disponibilização de dados estatísticos mais precicos pode-se cogitar que no bairro Califórnia a quantidade de eleitores, em 2010, por gênero, deva refletir à do eleitorado total da Capital, isto é, 46,07% são homens e 53,93% são mulheres.

CARLOS PRATES:

1.ORIGEM:

Carlos Prates foi o engenheiro da Prefeitura de Belo Horizonte, tendo assinado em 20 de julho de 1896 a planta do loteamento que daria origem ao bairro de mesmo nome, localizado na região Noroeste.

Chamava-se no início, Núcleo Colonial Carlos Prates, e localizava-se nos arredores da Estrada de Contagem (hoje Rua Padre Eustáquio), estendendo-se de um lado até o Rio Arrudas e, de outro, até o Riacho Pastinho (hoje Avenida Pedro II).

Os primeiros moradores foram imigrantes requisitados para as obras de construção da capital. Em 1900 foram registrados 383 imigrantes italianos na região.

As ruas do bairrro receberam nomes de cidades mineiras, como Três Pontas, Teófilo Otoni, Patrocínio, entre outras.

Em 1961, atendendo reclames da população, as linhas férreas que desde 1903 atravessavam a Rua Mauá, em direção ao bairro Calafate, foram retiradas. Essas linhas, em pleno espaço urbano, foram responsáveis por muitos acidentes fatais noticiados à época.

2.DESENVOLVIMENTO/ INFRA – ESTRUTURA:

O bairro Carlos Prates inicia-se por detrás da Rodoviária de Belo Horizonte, na Rua Peçanha, e termina na Rua Padre Eustáquio, defronte ao posto do Instituto Nacional da Seguridade Social - INSS. Suas principais vias de acesso são a Avenida Pedro II, Via Expressa Leste-Oeste e Avenida Nossa Senhora de Fátima. Grande parte deste intenso movimento se desemboca na Rua Padre Eustáquio.

Há pouca infra-estrutura na região, fazendo com que a população procure por serviços e produtos nos estabelecimentos situados na Rua Padre Eustáquio, já nos limites deste bairro de mesmo nome. Este bairro é, por assim dizer, uma extensão do Carlos Prates.

Como se trata de um dos bairros mais antigos da capital, o Carlos Prates ainda possui construções tradicionais, como a igreja São Francisco das Chagas, na praça de mesmo nome, e o Colégio Frei Orlando. Segundo o padre Geraldo Van Buul, residente no bairro há 12 anos, a igreja – antes paróquia, fundada em 1928 – foi construída por etapas. Foram necessários 15 anos para o término da sua construção. Já o Colégio Frei Orlando, um dos mais tradicionais e respeitados de Belo Horizonte, instalado na Rua Sabinópolis há quase 53 anos, mantém o estilo que sempre o norteou, atendendo cerca de 2 mil alunos.

Quem mora no Carlos Prates garante que o bairro é muito agradável, principalmente por estar perto do Centro, ter fácil acesso e ser servido por muitas linhas de ônibus.

Mas muitos moradores desconhecem sua fama esportiva. O Carlos Prates já teve tradição no futebol amador. Tremedal, Juventus, Rio Casca e Orion foram times conhecidos, e marcaram época.

CORAÇÃO EUCARÍSTICO:

1.ORIGEM:

Como o próprio nome sugere, o Coração Eucarístico, bairro da região Noroeste, tem fortes ligações com a religião católica. Foi lá que se estabeleceu um dos mais tradicionais seminários da capital.

Em 1926, a antiga Fazenda da Gameleira deu lugar à construção do Seminário Coração Eucarístico, que durante 30 anos se dedicou à formação educacional e religiosa da comunidade eclesiástica mineira.

Em 1948, o seminário decidiu lotear parte da área que ocupava e criou uma escola formadora de professores. Desta iniciativa, comandada por Dom Antônio dos Santos Cabral, surgiu a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Santa Maria, que se transformou na Universidade Católica de Minas Gerais, e hoje é a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC MINAS.

O conjunto arquitetônico do antigo seminário, tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural de Belo Horizonte, é cartão postal do bairro e serve como porta de entrada para a PUC MINAS.

2.DESENVOLVIMENTO/INFRA - ESTRUTURA:

Passados 58 anos de sua fundação, a PUC MINAS não é apenas uma referência para o bairro, mas também fator de fixação da população. Ricardo Cunha Costa, por exemplo, comprou apartamento no Coração Eucarístico. Depois de 7 anos frequentando o bairro e os cursos da PUC, a escolha foi quase automática. Ele, a exemplo de uma grande parcela de alunos da universidade, veio do interior do Estado, e logo se identificou com o estilo despojado e a vida simples, que em muito lembrava sua pequena cidade natal, Caratinga.

Apesar de movimentado, o bairro dispensa formalidades, comenta Ricardo, ao ver um lugar com tanta diversidade em termos de idéias e cultura e, ao mesmo tempo, possuir um certo ar de familiaridade, que faz com que os moradores ainda mantenham, por exemplo, o hábito de se cumprimentarem diariamente.

Quem também se orgulha do bairro é o Analista em Relações Internacionais Flávio Túlio Vaz de Carvalhaes, que vive na região há 30 anos. Vi o bairro crescer, ganhar forma, não deixando de lado seu aspecto de cidade do interior. Gosto das pessoas, do ambiente, dos comerciantes, da PUC e de tudo que nos cerca, declara.

A infra–estrutura do Coração Eucarístico, em termos de produtos e serviços, é completa. O trânsito frenético da população estudantil dita o ritmo da atividade comercial durante os meses coincidentes com o período letivo. Em compensação, época de férias é tido como baixa temporada, já que verifica-se uma grande redução no faturamento de quase todos os setores.

No campo do lazer, além das dezenas de bares e restaurantes na região da praça da PUC, também é possível visitar o Museu de Ciências Naturais da Universidade, aberto de terça-feira à domingo, com um importante acervo de zoologia, paleontologia e arqueologia.

Segundo o Pró-Reitor de Infra– Estrutura da PUC MINAS, Rômulo Albertini Rigueira, o museu tem média diária estimada em 400 pessoas, realiza exposições permanentes e temporárias, além de oficinas educativas e mini-projetos experimentais, que incluem excursões por trilhas ecológicas monitoradas pelas quais as crianças podem escavar e descobrir vestígios paleontológicos e arqueológicos de maneira lúdica e bem divertida.

O Professor destaca também o empenho da instituição em estimular a participação comunitária em projetos culturais, de lazer e saúde, como o Domingo na Puc, realizado mensalmente, além das ações de incentivo à preservação, desenvolvidas no Jardim das Borboletas e na reserva natural de 70 metros quadrados, doada pela Universidade à Prefeitura de Belo Horizonte para uso da comunidade.

A Biblioteca do campus Coração Eucarístico, aberta à população, possui auditório com recursos multimídia, além de acervo com cerca de 200 mil livros, além de periódicos, videoteca e hemeroteca. A unidade oferece visitas orientadas e atividades culturais periódicas.

A Universidade abriga ainda o Green Solar, um dos poucos laboratórios de energia solar instalados na América Latina, que eventualmente abre suas portas à comunidade quando ocorrem eclipses e outros fenômenos astronômicos.

 

DOM BOSCO:

 

1.ORIGEM:

A história do Bairro Dom Bosco, na Região Noroeste de Belo Horizonte, começou com a subdivisão de parte da Fazenda do Pastinho, aprovada em 1950. Uma das grandes propriedades que compunham a cidade no seu início, a propriedade pertencia ao coronel Júlio Murta, um dos homens mais ricos e influentes da nova capital. Com uma ocupação tipicamente rural no início de Belo Horizonte, o Dom Bosco estava em uma área completamente desvinculada do ambiente urbano que era conhecida como Ressaca.

Pequeno povoado pertencente ao município de Contagem, a Ressaca foi constituída para apoiar as fazendas de gado, principal produto da região. O povoado recebeu esse nome devido ao Córrego da Ressaca e a uma fazenda que existia no local. Naquela época, para chegar a Belo Horizonte, era necessário passar pela Estada Velha da Ressaca, atual Avenida Abílio Machado, e pela antiga Rua Contagem, que hoje tem o nome de Padre Eustáquio. Por elas é que passavam carroças transportando alimentos para as regiões de Sabará e Santa Luzia e, mais tarde, para a capital.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA-ESTRUTURA:

O cenário começou a mudar a partir da década de 1940, quando surgiram na cidade, especialmente na região da Ressaca, vários loteamentos clandestinos que não foram totalmente ocupados de imediato.O bairro também pertenceu ao bilionário Antônio Luciano Pereira Filho, que, devido às invasões, o loteou e vendeu.

A partir daí a situação melhorou. As construções ficaram mais modernas e as casas foram ampliadas. Mesmo assim, ele carecia de infra-estrutura. As ruas não eram asfaltadas, e não havia luz e a água tratada. A primeira escola do bairro foi o Jardim Cirandinha Dom Bosco, que funcionou entre 1965 e 1975 atendendo a crianças de 3 a 6 anos.

A situação melhorou também no que diz respeito ao acesso a serviços e ao comércio. Hoje há supermercado, casa lotérica, sacolão, farmácia, escolas e a Praça Orlando Silva, em frente à Paróquia São João Bosco,que foi ampliada,. Aliás, são as festas da igreja um dos principais motivos para a integração dos moradores. Tem Festa Junina, do Dia das Mães, baile no salão paroquial e outras. A Paróquia São João Bosco fica na principal via do bairro, a Avenida Ivaí. Mas o Dom Bosco também tem a Brigadeiro Eduardo Gomes, outra importante avenida da região. Por elas passam os ônibus 9407 (Alto Vera Cruz/Dom Bosco), 4034 (Novo Dom Bosco/Savassi via Padre Eustáquio), entre outros.

Formado basicamente por casa e prédios de três pavimentos, o Dom Bosco não tem muitas opções de imóveis para venda ou aluguel. Mas, segundo estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Fundação Ipead/UFMG), em abril de 2010 os valores praticados para aluguel de casas e apartamentos de dois quartos no bairro eram de R$ 490 e R$ 480, respectivamente.

Os valores foram obtidos de acordo com o Mapa da Classificação da Renda em Belo Horizonte, que considera o Bairro Dom Bosco como de padrão popular. A classificação é obtida considerando-se a renda média mensal na região, que, no local, é inferior a cinco salários mínimos.

 

DOM CABRAL:

1.ORIGEM:

O bairro Dom Cabral, situado na região Noroeste da capital, teve história de origem semelhante ao bairro Coração Eucarístico, já que também foi constituído através de venda dos lotes de uma antiga Fazenda.

Tudo começou quando o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Antônio dos Santos Cabral adquiriu na região Centro Sul a Vila Anchieta, rapidamente dividida em lotes e vendida. Com os recursos arrecadados, ele posteriormente comprou a Fazenda Pastinho, no então bairro Bela Vista, onde criou o Seminário Eucarístico de Jesus. Este seminário, daria origem, conjuntamente com o Seminário Coração Eucarístico, em 1958, à Universidade Católica de Minas Gerais, hoje PUC Minas, e o bairro mais tarde mudaria o nome para Dom Cabral, em homenagem ao arcebispo.

O conjunto arquitetônico do antigo seminário, tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural de Belo Horizonte, ainda é o principal cartão postal do bairro e serve como porta de entrada para a PUC MINAS.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

O bairro Dom Cabral, ocupa uma área de 94,7 hectares e tem uma população estimada em 6,3 mil habitantes. Vizinho dos bairros Coração Eucarístico, João Pinheiro, Vila São Vicente, Vila Minas Brasil, Padre Eustáquio e Gameleira, tem característica de uma tranquila cidade universitária, já que conta com muitos estudantes entre os seus moradores.

Ponto de referência do bairro, a instituição de ensino conta com 6 unidades, onde convivem cerca de 25 mil estudantes, 1,2 mil professores e 600 funcionários, distribuídos pelos 35 cursos de graduação. Está situada na Avenida Dom José Gaspar.

O bairro Dom Cabral tem vida própria, e os moradores não precisam sair para outras regiões para usufruir de produtos e serviços, já que tem à sua disposição agências bancárias, padarias, farmácias, bons supermercados, academias de ginástica, e muitos bares, a maioria na praça comumente chamada de Praça da PUC. Além disso, conta também com boa infra-estrutura de transporte, e acesso à estação de metrô Barreiro, muito usada pelos estudantes, já que pela sua passarela é possível ter acesso a entrada principal da universidade.

As principais vias de acesso ao bairro Dom Cabral são a Via Expressa e a Avenida Amazonas. A Rua Dom José Gaspar é a principal via interna do bairro, onde encontra-se instalado o Colégio São Bento, do Sistema Arquidiocesano de Ensino.

 

JARDIM MONTANHÊS:

 

1.ORIGEM:

Urbanizado recentemente, o Bairro Jardim Montanhez, na Região Noroeste de Belo Horizonte, era de ocupação tipicamente rural na época da implantação da cidade. Localizado próximo ao limite com o município de Contagem, na região metropolitana, no fim do século 19, ele era totalmente desvinculado do ambiente urbano da cidade. Sua aprovação só veio em 1977, mas bem antes disso a região já começava a ser ocupada. Naquela época, não existia rede de esgoto e só havia asfalto na Rua Flor das Pedras. A energia elétrica era privilégio de poucos.

Quanto ao comércio, apesar de poucas opções, já atendia as necessidades dos moradores. Havia um armazém e um açougue.

 

2.DESENVOLVIMENTO/INFRA-ESTRUTURA:

Hoje, o Jardim Montanhez em nada lembra a área rural do seu início. Há várias lojas, farmácias, serviços como dentistas, padaria, entre outros. Também tem três escolas estaduais e  posto de saúde que virá para o centro do bairro, próximo à Rua Flor da Paixão, obra que aprovada no Orçamento Participativo.

O mercado imobiliário também sentiu as mudanças no Jardim Montanhez com o passar do tempo. De uma área quase inabitável, o bairro passou a contar hoje com muitas casas e até mesmo alguns prédios de, no máximo, quatro andares. O resultado é que atualmente é difícil encontrar imóveis para alugar ou mesmo comprar. De acordo com a Pesquisa do Mercado Imobiliário de Belo Horizonte, realizada em abril pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis da UFMG (Fundação Ipead), o valor médio de aluguel praticado no bairro para apartamento de dois quartos é de R$ 543,45. Para comercialização, os valores variam entre R$ 142.013 e R$ 216.785. Segundo o levantamento, o Jardim Montanhez é classificado como “popular”, pois a renda média dos chefes de família do bairro é inferior a cinco salários mínimos.


LAGOINHA:


1. ORIGEM:

O Lagoinha tem a idade da cidade, fundada em 1897. Surgiu logo que a comissão chefiada pelo engenheiro e urbanista Aarão Reis (1853-1936) terminou de desenhar a nova capital, limitada por uma avenida circular chamada de Contorno. Para a construção, vieram levas de imigrantes e migrantes da Região Central do estado. Como não poderiam construir alojamentos no perímetro da Contorno, foram empurrados para um alagadiço ao sopé de um morro. Nascia o Bairro Lagoinha para acolher italianos, espanhóis, turcos, portugueses e operários mineiros.
Uma Babel se ergueu além do Ribeirão Arrudas e da estrada de ferro. Uma Babel que, por necessidade de sobrevivência, conseguiu com o tempo se entrelaçar, ao contrário da torre bíblica que ruiu por falta de comunicação. Enquanto o Lagoinha se entendia, ocupava-se o perímetro da Contorno. O Bairro Funcionários, o maior, recebia os servidores públicos que iam movimentar a máquina do estado. Esses moradores precisavam de serviços: alfaiataria, sapataria, marcenaria, barbearia, lavanderia. Onde buscá-los? No Lagoinha, que, por necessidade própria, teve que se desdobrar em artes e ofícios. Nas primeiras décadas, até a capital contida na Contorno se organizar, o bairro além da linha do trem e do Arrudas se desenvolveu, se transformou numa comunidade de vida social e econômica intensa.

Clubes, igreja, futebol, música (foi um dos berços do samba da capital), festas religiosas e pagãs. Depois chegaram os cinemas e mais e mais ofícios. Nos domingos dos anos dourados do bairro, enquanto os rapazes se dirigiam ao campo do Pitangui para os clássicos entre Fluminense e Terrestre, as moças se preparavam para os bailes na sede do Fluminense ou para as quermesses promovidas pelo Santuário de Nossa Senhora da Conceição. As donas de casa se dirigiam ao mercadinho municipal, que ainda está de pé na Avenida Antônio Carlos, frequentado também por moradores de outras áreas, incluindo a elite do perímetro da Contorno. Quando chegaram os cinemas, Mauá, São Geraldo e São Cristóvão (este no bairro que lhe dá o nome), os meninos faziam filas nas sessões de westerns e aventuras. No carnaval, o bloco Leões da Lagoinha arrastava divertidos foliões.


Pode-se falar muito do Bairro Lagoinha espremido entre as avenidas Antônio Carlos e Pedro II e separado do Cento pela linha de trem e o ribeirão, no qual os primeiros moradores podiam pescar e até nadar. Mas a conversa ficaria longa e até desnecessária, porque a história do bairro já foi contada em prosa e verso e há na internet um sem número de versões para a sua criação. O que dói nos antigos moradores do Lagoinha é o fato de o bairro não ter ficado marcado pelo seu passado de contribuição ao avanço da cidade, mas sim pela fama boêmia da devassa e extinta Praça Vaz de MeloA base de formação do bairro Lagoinha, localizado na região Noroeste, foram os imigrantes italianos trazidos à época da construção da capital. O local foi um dos primeiros bairros de origem operária e suas casas foram construídas em torno de uma pequena lagoa, onde hoje está erguido o Complexo Viário da Lagoinha. Antigamente a região era pantanosa e cercada por várias lagoas, o que possivelmente explica o nome dado ao bairro.

No bairro Lagoinha ainda existem algumas famílias remanescentes dos antigos colonizadores. Por causa deles, durante muito tempo o local ficou conhecido como cantinho da velha itália em Minas Gerais.

Antes da Avenida Antônio Carlos, a Rua Itapecerica, apesar de estreita e muito congestionada, era a principal via de acesso ao bairro.

A popular Praça Vaz de Melo era reduto do baixo meretrício e dos boêmios de segunda classe. Era desligada do bairro, e o seu nome foi uma homenagem ao principal comerciante do local – Guilherme Vaz de Melo – que tinha o apelido de Bebeco.

Os últimos boêmios de Belo Horizonte não se esquecem da velha Lagoinha, um bairro de limites difusos, mas de características marcantes. Escondida pela rodoviária, cortada por viadutos e radicalmente transformada com a chegada do trem metropolitano, a Lagoinha, de 15 ou 20 anos atrás, era reduto de seresteiros, dançarinos e amantes da noite de Belo Horizonte. Ali, a menos de um quilômetro do Centro, vivia à margem da capital, com seu comércio agitado, os botequins sempre abertos e cheios, suas pensões, o ribeirão Arrudas, o mercado, as farmácias, os camelôs, as delegacias, o barulho do trem do subúrbio e cinemas.

Esta paisagem era emoldurada, no lado oposto, pela rotina dos bairros da Graça, Colégio Batista, Concórdia e um pedaço da Floresta, separados da Lagoinha por uma colina, e que, ainda hoje, abrigam típicas famílias de classe média com uma tranqüilidade própria das cidades do interior. Espremida entre esses bairros e o Centro, a Lagoinha fervilhava dia e noite, na pura boemia, e se perdia no crescimento da cidade que, inevitavelmente, pediria passagem para estender-se às regiões que o bairro dividia.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

A Praça Vaz de Melo era, na verdade, um quarteirão entre a ferrovia e a Avenida Antônio Carlos. Era o portal não só do Bairro Lagoinha, como da Região Norte e de parte da Noroeste.  Cruzavam aquele portal puros e pecadores. Os puros seguiam caminho. Os outros ficavam, atraídos pela proposta de noites alegres em cabarés, entre copos e garrafas, prostitutas, artistas decadentes e novatos em busca do estrelato, intelectuais , prostitutas e malandros que viviam da esperteza e da exploração de mulheres.


Eram tempos de paz e sem violência. A população fixa ou flutuante da Praça Vaz de Melo não incomodava os moradores. "Quando minha família mudou para cá, eu tinha 13, 14 anos. A gente passava por lá e ninguém nos incomodava", atesta a aposentada Sônia Seabra, de 68 anos, ainda moradora do bairro. A Praça Vaz de Melo ganhou fama como reduto boêmio e romântico. Celebridades masculinas que visitavam BH eram, invariavelmente, convidadas a conhecer as noites de diversão e prazer.


Os malandros eram indivíduos supostamente elegantes, de paletó geralmente de linho branco, calças de casemira, sapatos de duas cores e camisa aberta no peito, por onde desciam grossas correntes de ouro. Manejavam navalhas como extrema habilidade. Não para roubar ou agredir alguém, mas para defender território ou as prostitutas que exploravam. Não havia outro lugar para eles na cidade e quando a Feira de Amostras, no início da Avenida Afonso Pena, e seu anexo, o ginásio do Paissandu, foram demolidos para dar lugar à atual rodoviária, a malandragem ficou de orelha em pé. Depois, implodiram o Mercado Mauá e o Cine São Geraldo, na Contorno. Haveria mudanças profundas na região.


"Pelo amor de Deus, chega dessa história de boemia. Esqueceram que aqui, no Lagoinha, mora gente que trabalha, que estuda", diz Sônia. Ela quer dizer que o bairro, sufocado por um tráfego infernal - pelo menos 120 mil veículos passam pelo complexo por dia - precisa recuperar a auto-estima, a economia, a vida social. E atrás dos viadutos, vem a degradação. As áreas sob eles viram depósitos de lixo e moradia para sem-teto, viciados em drogas e bandidos. "No meu tempo de menina, havia vida aqui", diz a dona de casa, ex-professora e mãe de três filhos. Hoje, como em quase todos os bairros da cidade, no Lagoinha as portas são trancadas mal escurece.


Hoje, o bairro tem um panorama completamente diferente. O principal motivo que transformou esta realidade foi a demolição dos velhos casarões e de parte da zona boêmia.

Com o passar dos anos, os quintais das casas restantes diminuíram e elas deixaram de ostentar o rigor antes visto nas fachadas.

O charme do lugar também entrou em decadência. Das tradicionais rodas de samba, aos redutos do baixo meretrício, a boemia perdeu espaço. Esta boemia que tanto havia se desenvolvido na década de 60, acabara por afastar o convívio familiar, fazendo com que famílias tradicionais se mudassem do bairro.

Mas a Lagoinha boêmia começou mesmo a morrer, quando da construção do túnel Lagoinha-Concórdia, em 1971, recebendo o golpe de misericórida, quando o túnel, junto com os viadutos que ligavam o Centro à zona Norte, foi duplicado, em 1984. Foi definitivamente sepultada com a chegada do trem metropolitano, de modernas plataformas de embarque e desembarque, bem no coração do bairro, atrás da rodoviária.

O bairro ainda mantém o nome, mas hoje, só existe mesmo na lembrança de antigos boêmios renitentes.

Depois da demolição do portal, o Lagoinha caiu no esquecimento. Do efervescente comércio, da oferta de serviços, pouco restou. Da vida social, nem se fala. Ficou na lembrança apenas a Praça Vaz de Melo com sua fama boêmia. "Adeus Lagoinha, adeus; estão levando o que resta de mim; dizem que é a força do progresso; um minuto eu peço, para ver seu fim." Os versos do compositor, cantor e poeta Gervásio Horta são profundamente marcantes, dizem tudo. Já não se recorre tanto a aquele bairro tão importante na época em que a cidade engatinhava.


No início dos anos 1990, o bairro gritou pedindo atenção. O apelo chegou aos ouvidos de intelectuais, artistas, acadêmicos e até de políticos. Surtiu efeito. Em 1994, a prefeitura acenou com um plano de revitalização. O projeto nasceu das mãos de Rodrigo Andrade (urbanista), Maria de Lourdes Dolabela (socióloga), Iara Landre (arquiteta) e Leonardo Castriota (arquiteto) e previa a requalificação total da região.


O novo Bairro Lagoinha seria presente aos moradores no centenário de BH. Em 1997, ano em que a cidade completou 100 anos, o trabalho estava em andamento e o médico Célio de Castro assumiu a PBH. Meses após a posse, o Diário da Tarde, jornal que era editado pelos Diários Associados, saiu com esta manchete: "Projeto Lagoinha não pôde ser executado por falta de parceria". O município queria mesmo apoio da iniciativa privada ou foi questão política? Não se sabe. Doutor Célio não está mais aí para responder.


Leonardo Castriota se dedica a outro projeto, fisicamente menos audacioso, mas substancioso no propósito. "Fizemos um inventário das vocações do Lagoinha, o que ainda existe de ofícios, como alfaitaria, artesanato em gesso, marcenaria, serralheria, sapataria, entre outros. Há até registro de um consertador de acordeon." O trabalho de resgate desses ofícios será desenvolvido em oficinas no mercadinho municipal, onde hoje funciona uma padaria-escola.
O aposentado Nelson Gomes, de 83 anos, nasceu no Lagoinha. Foi condutor de bonde e modelista de calçados. "Havia oficinas de calçados aqui e uma fábrica na Rua Marambaia, no Bairro Pedro II. Fiz sapatos para as grandes lojas da cidade. Hoje, só há uma pequena renovadora de calçados, na Rua Além Paraíba." Ele acredita que se o novo projeto der certo, o bairro pode sim se reerguer sozinho. "Lagoinha tem futuro, toda a vida teve. E é importante também que recuperem a Rua Itapacerica. As casas antigas estão caindo." Nelson, pai de sete filhos e avô de 14 netos, só teme a violência. "É o lado ruim."

PADRE EUSTÁQUIO:

1.ORIGEM:

O bairro conhecido popularmente como Padre Eustáquio, localizado na região Noroeste, foi formado por uma série de Vilas – Progresso, Celeste Império, Santa Rita e Futura - na década de 20. Historicamente, foi ocupado por uma população de classe média baixa, sobretudo operários.

O Pároco holandês Humberto Van Lieshout, que chegou ao Brasil nos anos 20, não só deu nome ao bairro, mas também se transformou na sua principal referência. Tido como santo, ele era conhecido como Padre Eustáquio, quando veio morar em Belo Horizonte no início dos anos 40, ajudando na construção da famosa igreja que leva seu nome, vindo a falecer em 1943. O processo para sua canonização, aberto em 1956, teve consolidação em 15 de junho de 2006, quando em grande cerimônia realizada no estádio do Mineirão, foi selada a sua beatificação.

A Rua Padre Eustáquio, da época do Curral Del Rey, também é significativa para os moradores. Anteriormente era chamada de Estrada de Contagem. O seu traçado original permanece até hoje, bem como sua função de rua de passagem.

Os lotes do bairro não eram grandes e uma das características, ainda predominante, é a horizontalidade das edificações, ao contrário de outras regiões, que se verticalizaram.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

O bairro Padre Eustáquio possui uma população estimada em 28 mil pessoas. Com boa infra-estrutura, é um lugar tranquilo, admirado por seus moradores, servido por bons postos de saúde, escolas, feiras livres e um comércio auto-suficiente, com ampla rede de bancos, lojas, bares, farmácias e restaurantes.

Transitar pelas ruas principais do bairro é viver uma perigosa aventura. Carros e ônibus parecem disputar cada palmo de espaço das suas estreitas ruas (na maioria delas, pista dupla, onde é permitido estacionar). Apesar de sua extensão, não existe uma avenida para desafogar o trânsito, pois as ruas muitas vezes se intercalam em mão e contra-mão.

As ruas Padre Eustáquio, Pará de Minas e Olinto Magalhães encabeçam a lista das vias mais congestionadas e problemáticas da região, onde é possível ver muitas marcas de pó de asfalto nas casas ali edificadas.

Apesar de sofrer muito com a poluição, o bairro ainda conserva algumas praças, rodeadas por árvores centenárias. Mas a maior vantagem do bairro Padre Eustáquio é a sua posição geográfica privilegiada, próximo de outros grandes bairros, como Centro, Carlos Prates, Coração Eucarístico, Minas Brasil e Prado. As duas ruas principais do bairro – Padre Eustáquio e Rio Pomba – são importantes vias de acesso ao Centro e outras regiões da cidade, por onde passam várias linhas de ônibus. Conta também com a proximidade da estação de metrô do Carlos Partes.

O ponto de referência principal do bairro é o Edifício Jardim das Acácias, conhecido como espigão do Alto dos Caiçaras, por ser o mais alto da região, com 20 andares. 

 

SERRANO:

 

1.ORIGEM:

Parte de uma área de ocupação recente, o Bairro Serrano, na Região Noroeste de Belo Horizonte, começou a surgir em 1954, quando foi proposto o loteamento do local. No entanto, sua aprovação só se deu em 1977. Antes disso, o Serrano era uma área tipicamente rural, desvinculada completamente do ambiente urbano da cidade.

Apesar de ter sido consolidada entre 1893 e 1897, a maior região de Belo Horizonte – tanto em população quanto em número de bairros – somente há pouco tempo conseguiu se desenvolver. Inicialmente ocupada por imigrantes e operários que vieram trabalhar na construção da capital, hoje quem passa pela região Noroeste provavelmente tem dificuldade para imaginar que cenários de bairros como o Serrano eram marcados por características rurais. Há 43 anos, o Conjunto Celso Machado, era uma lagoa. Não havia asfalto e as ruas eram cheias de valas, assim como a iluminação e o saneamento básico, que também eram precários.

Nesta época, só existia a “venda do seu Pedro”, onde os moradores buscavam pão e leite, sendo que para outros itens era necessário se deslocar até o Centro.

 

2.DESENVOLVIMENTO E INFRA-ESTRUTURA:

No entanto, bastaram poucas décadas para que o progresso chegasse ao Serrano, que hoje conta com uma boa infra-estrutura, que dispensa ir a outros locais da cidade. Hoje é possível encontrar com facilidade supermercado, açougue posto de saúde escola.

As ruas são asfaltadas e o acesso ao bairro pode ser feito pelas avenidas Santa Terezinha e Atlândida. Internamente, as principais vias do Serrano são as avenidas Serrana e Sarandi. O bairro é servido pelas linhas 4403A (Zoológico via Serrano), 4410(Celso Machado via Saramenha/Urca), entre outras.

 

 SÃO SALVADOR:

 

1. ORIGEM:

O bairro São Salvador, e as Vilas Belém e Maria Emilia, têm suas origens a partir da divisão de terras entre familiares proprietários da Fazenda dos Coqueiros, uma das maiores fazendas daquela região. Àquela época residia na região a Família Andrade Melo, que era a dona da Fazenda São José onde hoje é tem o bairro Alípio de Melo, Castelo, Jardim Montanhês e Inconfidentes e inclusive desta fazenda foi desapropriado o terreno para construção do aeroporto do Carlos Prates. Havia também a fazenda dos Coqueiros de propriedade do Sr. José Soares, que hoje engloba os bairros Pindorama, Glória, Novo Gloria, Primavera, Ipanema, Dom Bosco.

A região foi uma das principais passagens de Belo Horizonte para a sede do município de Contagem e serviu de passagem para o gado que, depois de contado em Contagem, vinha para Belo Horizonte. A localidade também ficou famosa por abrigar o Balneário do Ressaca, clube de lazer da elite da capital mineira, que se deslocava para a zona rural da cidade para descansar nos finais de semana e feriados.

Um dos marcos do bairro é a capela de Santo Antonio da Vila Belém erguida em 1935 pelos donos das terras da Vila Belém. Além de espaço sagrado, a "capelinha", como é chamada hoje pelos moradores, era o centro de lazer da comunidade, usado para encontros e confraternizações. Entre os eventos destacavam-se os encontros musicais, vários com a participação da cantora Clara Nunes.

Esta prática de ocupação do tempo livre, dos moradores da Vila Belém, mostra a importância que a igreja católica tinha como espaço de aglutinação e de socialização. Talvez se tenha neste evento uma das primeiras práticas de inclusão social através do lazer da cidade de Belo Horizonte.

 

2. DESENVOLVIMENTO INFRA-ESTRUTURA:

 

A região que anteriormente era conhecida como Ressaca agora é conhecida como região do Alípio de Melo e/ou Gloria. Do nome Ressaca restaram o córrego Ressaca que deságua na lagoa da Pampulha, a Regional Administrativa da Ressaca no Município de Contagem e o bairro Balneário da Ressaca que está localizado em Contagem, divisa com o bairro São Salvador, localidade onde era o clube de lazer da elite de Belo Horizonte.

A região do Alípio de Mello, conta com hoje com uma infra-estrutura muito diferente daquela narrada pelo entrevistados desta pesquisa. Hoje é possível perceber vários supermercados, sacolões, padarias, farmácias,  Grandes lojas de eletrodomésticos, bancos,  uma variedade de pequenos comércios além de bares, restaurantes e "butecos", concentrados principalmente nas Avenidas Abílio Machado e Brigadeiro Eduardo Gomes. A necessidade de ir à antiga "Zona Urbana" da cidade de Belo Horizonte para fazer compras e acessar alguns serviços, quase não existe nos dias atuais.

A Prefeitura de Belo Horizonte dividiu a regional Noroeste em micro-regiões administrativas.

O bairro São Salvador está na Micro-Região Glória que segundo dados da PBH fornecidos pelo – IBGE 2000 têm uma população de 69.546 mil habitantes. O bairro conta com ruas urbanizadas, saneamento básico, escolas, posto de Saúde, lan houses, um comércio razoavelmente diversificado, e também com duas grandes fabricas: A Mate Couro bebidas e a de Pães Seven Boys.

O acesso ao centro da cidade sempre foi um problema. Se no começo era difícil por causa da distância e da falta de meios de transporte coletivos como afirma a narradora, moradora da antiga Fazenda da Ressaca que pegava bonde no Padre Eustáquio:

"(…) Nossa, senhora! Era longe prá dana! A gente ia a pé onde é Caixa Econômica lá no Padre Eustáquio, agente tinha que pegar bonde ali sabe!"  Não, não era na pracinha São Vicente não! Era lá onde é a igreja Padre Eustáquio, prá cá um pouquinho, você entendeu? A gente ia até  ali a pé, pra pegar o bonde! Era bonde porque nem ônibus tinha (…)" O primeiro ônibus que fez transporte alí foi do meu marido, uma jardineira pequena, foi o primeiro. O povo tudo andava a pé de carro de boi" (COELHO, Entrevistas, p. 59)

E mesmo com a chegada das primeiras linhas de ônibus na região, a dificuldade continuava como afirma Dona I. J. A., moradora da antiga Vila Belém que narra:

"(…) ônibus a gente pegava no Glória, ou então ficava mais de uma hora e quarenta minuto aqui na Avenida esperando o Guanabara que era primeiro ou o Serrano para  gente ir para centro né! Levar criança no médico era a maior dificuldade, a vida era um pouco sofrida (…)" (A. entrevista, p. 89)

E, no mesmo sentido do Dona Enedina, moradora da Vila Maria Emilia também narra:

"(…) quando a gente veio para aqui ou pegava aquela que eu te falei a jardineira até aqui perto da Santo Antonio e ir aqui lá para dentro né! ou então a gente pegava o ônibus, já teve um ônibus até no Ipanema, e do Ipanema a gente vinha a pé né! Depois ai foi melhorando foi chegando ônibus pra  cá  (…)" (S., entrevistas, p. 107)

Hoje a grande oferta de coletivos, e a popularização dos veículos de passeios, têm provocado engarrafamentos nas principais saídas da região nos horários de "pico". O grande tráfego também é resultado da cornubação dos Municípios de Belo Horizonte e Contagem, o que faz com que os moradores deste último também utilizem este corredor de trânsito para chegar ao hipercentro da Região Metropolitana.

Recentemente o Governo Federal aprovou, pelo Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, a desapropriação das famílias da Vila São José para abertura e interligação da Avenida Pedro II ao bairro Alípio de Mello, o que pode melhorar a saída da Região.

O bairro também carece de espaços de Lazer. Ainda que recentemente tenham sido aprovados dois empreendimentos no Orçamento Participativo de 2006, a construção na região do Teatro Municipal no Bairro Alípio de Mello. E do Centro de Esporte e Lazer do São Salvador.