Origem, desenvolvimento e infra-estrutura.

24/11/2009 11:45

Foto: Av. Sinfrônio Brochado, 2008.

1. ORIGEM:

A história oficial da região começou em 1855, quando surgiu a Fazenda Barreiro. O seu primeiro proprietário foi o coronel Damazo da Costa Pacheco, que após cultivá-la por muitos anos, resolveu variar de atividade, vendendo-a para o major Cândido José dos Santos Brochado.

Dez anos antes da abolição, o major Cândido utilizava a mão-de-obra escrava de forma bastante acintosa. Por contrariar a Lei do Sexagenário, passou a ter várias inimizades entre escravos e abolicionistas, vindo a falecer, ao que consta assassinado por um escravo fugido. O fato fez com a família vendesse o local para o sr. Manoel Pereira de Melo Vianna e saísse da região.

O engenheiro Aarão Reis, ao chegar com sua equipe para construir a nova capital, foi conhecer de perto a Fazenda Barreiro, que a época era ocupada por imigrantes estrangeiros, que cultivavam produtos agrícolas. Ele se interessava pela qualidade da água daquela região, tencionando utilizá-la no abastecimento da capital.

Anos mais tarde, a construção de uma linha férrea atrairia novos moradores para a região, povocando modificações em sua paisagem, antes predominante rural.

No final dos anos 40, o governo do Estado intermediou negociação entre os proprietários da Fazenda Barreiro e um grupo estrangeiro, resultando na cessão de toda aquela área para construção da primeira grande indústria de Minas Gerais, a Companhia Siderúrgica Mannesmann, marco de desenvolvimento não só do Barreiro, como também de toda a capital.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA – ESTRUTURA:

O Barreiro é mais que um bairro. É uma das regiões administrativas de Belo Horizonte, a regional Barreiro. Tem como limites a Serra do Curral, ao sul; o Anel Rodoviário, a leste; o município de Contagem, a oeste e ao norte, os bairros da região Oeste, próximos à sede da Siderúrgica V & M do Brasil.

Tanto em extensão quanto em complexidade, assemelha-se a uma verdadeira cidade.

Para o geógrafo Ivair Gomes, que publicou em 2005 na revista Caminhos da Geografia, o trabalho denominado Sistemas naturais em áreas urbanas: Estudo da Regional Barreiro, o Barreiro é uma região industrial, com população predominantemente operária. A Companhia Siderúrgica Mannesmann, o Distrito Industrial do Jatobá, as novas áreas industrias do bairro Olhos D’água e a proximidade com a Cidade Industrial em Contagem foram os grandes responsáveis pelo seu estágio atual de desenvolvimento. Eles acabaram favorecendo também, uma intensa diversificação comercial e de serviços, proporcionando-lhe aspecto e independência de cidade.

Escolas públicas e privadas, faculdades, hospitais, postos de saúde, rede bancária, shoppings centers, supermercados, bares, restaurantes e grandes redes de lojas estão presentes nas principais ruas e avenidas onde se concentram o comércio, como as avenidas Sinfrônio Brochado, Olinto Meireles, Afonso Vaz de Melo e a Rua Visconde de Ibituruna, com as suas transversais.

Como na maior parte do município, a região encontra-se em uma unidade geomorfológica que se estende da Serra do Curral, ao sul da cidade, até a região de Venda Nova, denominada depressão de Belo Horizonte, que é formada principalmente por rochas do embasamento cristalino, como o gnaisse. Apresenta uma maior diversidade de formações rochosas, pois uma parte mais ao sul encontra-se no quadrilátero ferrífero (Serra do Curral), formado por rochas compostas principalmente de ferro, como o itabirito e a hematita. Também apresenta rochas como o filito e o quartizito, em menor escala.

Na região, situa-se a bacia do ribeirão Arrudas, sendo os seus principais afluentes o córrego do Jatobá, o córrego do Barreiro e o córrego do Bonsucesso. Sua topografia é bastante acidentada, com altitudes variando entre 851 a 1151 metros. Existem, na região, 3 parques municipais: Parque Roberto Burle Marx (Parque das Águas) com 178.500 metros quadrados de área verde; Parque Teixeira Dias, com 55.510 metros quadrados de área verde; Parque Agro-Ecológico do Vale do Jatobá, com 77.068 metros quadrados de área verde, e o Parque Roberto Burle Marx (Parque das Águas) com 178.500 metros quadrados de área verde, que possui uma pequena mata, com algumas espécies nativas representativas de mata ciliar como canelas, copaíbas e jatobás.

Segundo dados do Censo Demográfico de 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, a Região Administrativa Barreiro de Belo Horizonte possui uma população de 262.194 habitantes, sendo 134.470 mulheres e 127.724 homens.

A extensão territorial da região é de 53,58 Km², com uma densidade demográfica de 4.893,32 hab./Km², distribuída por suas Unidades de Planejamento abaixo discriminadas:

UP BAIRROS/POPULAÇÃO*

BAIRRO DAS INDÚSTRIAS Mannesman, Bairro das Indústrias, Alta Tensão I e Alta Tensão II (parte) . / 10.810 habitantes.

LINDÉIA Durval de Barros, Lindéia, Regina, Washington Pires, Tirol, Tirol I, II e III (parte), Piratininga, Marieta I e II. / 51.642 habitantes.

BARREIRO DE BAIXO Barreiro de Baixo, Olaria, Teixeira Dias, Santa Helena, Diamante, Tirol I, II e III (parte), Presidente Vargas, Átila de Paiva. / 40.948 habitantes.

BARREIRO DE CIMA Milionários, Barreiro de Cima, Flávio Marques Lisboa, Araguáia, Vila Cemig, Alta Tensão I e II (parte), Conjunto Habitacional Bom Sucesso, Vila Nova dos Milionários, Copasa, Cemig. / 55.132 habitantes.

JATOBÁ Jatobá, Vale do Jatobá, Independência, Conjunto Habitacional Jatobá I, Conjunto Habitacional Jatobá II (parte), Conjunto Habitacional Jatobá III, Conjunto Hanitacional Jatobá IV, Antenas, Independência I, II, III e IV (parte). / 62.577 habitantes.

CARDOSO Santa Cruz, Cardoso, Getúlio Vargas, Urucuia, Pongelupe, Conjunto Habitacional Jatobá II (parte). / 33.116 habitantes.

OLHOS DÁGUA Olhos dágua. / 5.637 habitantes.

BARREIRO-SUL Pilar (Sul do Anel), Zona Rural (Serra do Curral), Independência I, II, III e IV (parte). / 2.332 habitantes.
*IBGE-2000.

A região do Barreiro, distante 18 km do centro da capital, possui dois distritos industriais e participa com mais de 38% do VAF (Valor Agregado Fiscal) municipal. Sua economia gera em torno de 28 mil postos de trabalho, conta com 10 agências bancárias e uma estrutura tradicional de serviços e comércio, de porte significativo.

Na área de educação, conta com 27 escolas municipais, 25 escolas estaduais, diversas escolas particulares de ensino fundamental e médio e 1 universidade particular (PUC - Barreiro).

Na área de saúde, conta com 28 unidades sob a responsabilidade da Prefeitura, sendo 17 centros de saúde, 5 unidades especializadas, 1 unidade de emergência, 1 unidade de pronto atendimento - UPA-Barreiro, 1 centro de referência em saúde mental -CERSAM, 1 centro de referência em saúde mental para infância e adolescência-CRIA, 1 centro de referência em saúde do trabalhador-CERSAT e 1 farmácia distrital.

Dentro dos limites da região Barreiro, encontram-se, também, 2 unidades da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais - FHEMIG: os hospitais Eduardo de Menezes e Júlia Kubitscheck. E ainda 2 hospitais privados conveniados com o Sistema Único de Saúde - SUS: o Hospital Santa Lúcia e o Hospital Infantil de Urgência São Paulo.

A comunidade tem à sua disposição o Centro de Apoio Comunitário Barreiro -CAC Barreiro e o Centro de Apoio Comunitário Parque das Águas - CAC Parque das Águas - que oferecem atividades culturais, esportivas e de lazer e, também, o Núcleo de Apoio à Família - NAF, que prestam assistência psicológica e social à famílias e a grupos comunitários.

Hoje, a região tem 5.293 endereços comerciais, 518 de vendas atacadistas, 420 indústrias, 4.916 de serviços e 783 de profissionais autônomos. “Acho aqui tudo o que preciso. Há uma ampla rede de bancos e comércio”, aprova a recepcionista Claúdia Rodrigues, de 30 anos, moradora de Ibirité. Ela gosta de percorrer as vitrines da movimentada Avenida Sinfrônio Brochado, no coração comercial do Barreiro. O vaivém da multidão nas lojas rende um bom faturamento para empresários e a prefeitura, mas o coordenador da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) no Barreiro, Fábio Daniel Barbosa, faz uma reclamação: “A quantia arrecadada com impostos é grande. Mas a menor parte volta em forma de investimento”.

Ele não sabe especificar os percentuais, mas o Anuário estatístico de BH, edição de 2003, informa que a região participa com 38% do valor agregado fiscal (VAF). O secretário de Administração Regional Municipal do Barreiro, Marco Flávio Mendes Figueiredo, diz que a prefeitura faz grandes aportes na região, como o recapeamento de cerca de 60 ruas e avenidas. O dinheiro para esse tipo de obra soma R$ 5,5 milhões anuais. Mais R$ 5,5 milhões são destinados a outros tipos de manutenção de vias (drenagem e tapa-buraco) e em pequenas obras nos prédios públicos. O Orçamento Participativo (OP) direciona, a cada dois anos, R$ 11 milhões às obras. Mais R$ 5,6 milhões estão sendo aplicados na construção do restaurante popular, que será inaugurado em fevereiro, para oferecer 8 mil refeições.

Perto do centro comercial, o aposentado Marcos Antônio Mendes, de 58, recorda, com saudosismo, da época de criança, quando diz: “O Barreiro era mais interior”. E acrescenta que a raiz de sua família está na região: “Minha avó, portuguesa, veio para cá aos 7 anos. Foi uma das primeiras moradoras. Meu avô trabalhava com a charrete do governo, levando autoridades para cima e para baixo. Tenho saudade da época de estudo no Grupo Escolar Francisco Bicalho”. Ao todo, a região tem 27 escolas municipais, 25 estaduais e 22 creches comunitárias conveniadas ao município, além de escolas particulares e três faculdades. Seis unidades municipais de educação infantil (Umeis) estão em funcionamento.

Quanto à habitação, o Censo Demográfico 2000 mostrou, também, que a região possui 69.746 domicílios particulares permanentes, em que cerca de 90% são casas. Dos responsáveis por esses domicílios, 73% são homens e quase 27% têm entre 30 e 39 anos. A maior parte - 49,65% -tem um rendimento entre ½ e 3 salários mínimos .

3. BAIRROS DA REGIÃO BARREIRO:

Como já foi relatado, a região do barreiro começou no local onde antes existia a antiga Fazenda do Barreiro. Ali também existiam a Fazenda Bom Sucesso e a Chácara Olhos D’água. Hoje, esses locais correspondem aos bairros Araguaia, Barreiro de Cima, Bonsucesso, Brasil Industrial, Cardoso, Conjunto Habitacional Bonsucesso, Conjunto Habitacional Flávio de Oliveira, Conjunto Habitacional Teixeira Dias, Diamante, Flávio Marques Lisboa, Milionários, Olhos D’Água, Pilar, Pongelupe, Santa Helena, Serra do José Vieira, Solar, Urucuia e Vila Cemig.

Quem vai, hoje, à região do Barreiro dificilmente consegue imaginar que aquele lugar um dia foi tomado por diversas fazendas. Com todas as suas ruas, casas, lojas e indústrias, ele pouco lembra seus antigos tempos rurais. Contudo, se olharmos com atenção, perceberemos que a natureza dali ainda é muito rica. O Parque das águas e o Parque do Rola Moça, duas importantes reservas da região, originam cursos d’água que deságuam nos diversos córregos existentes.

O Barreiro era um lugar difícil de chegar, e suas relações com Belo Horizonte ocorriam principalmente por causa do abastecimento de alimentos. Os habitantes da capital quase nunca iam àquela região. As diversas famílias de colonos instaladas no local tinham necessidades em infra-estrutura. Para atender a uma delas, no final da década de 1910, foi criada uma escola na Colônia Vargem Grande. Também foi construído o Palácio dos Governadores, utilizado pelos políticos mineiros para descanso e realização de reuniões.

A característica rural da região se manteve por muitos anos. Enquanto outras regiões
de Belo Horizonte cresciam, a então Ex-Colônia Vargem Grande continuava com sua vida ligada ao cultivo da terra. Por volta de 1948, a região foi transformada em cidade satélite de Belo Horizonte. Pelo seu potencial e história, planejou-se que a área seria destinada à atividade rural, com a intensificação da produção de gêneros agrícolas. Entretanto, ao contrário do que se esperava, a criação da cidade satélite significou o início do desenvolvimento efetivo de toda a região.

Ao norte começaram a se instalar indústrias, e a região passou a ser povoada. Os primeiros bairros a se urbanizarem, ou seja, a receberem casas e ruas, foram o Araguaia, o Barreiro de Cima, o Brasil Industrial, o Santa Helena e o Milionários. Cada vez mais ruas, casas, postes e estradas avançavam sobre as antigas plantações.

A criação de indústrias mais ao sul e a abertura da Avenida Waldir Soeiro Emrich, hoje conhecida como Via do Minério, impulsionaram a ocupação de novos bairros, como o Cardoso, o Diamante, o Flávio Marques Lisboa e o Urucuia.

Com o adensamento local, o problema da moradia tornou-se mais presente. Áreas
de ocupação irregular, como a Vila Cemig, passaram por grande crescimento na década de 1970. Em busca de solução para a falta de moradias, conjuntos habitacionais foram construídos, como os Conjuntos Habitacionais Bonsucesso, Flávio de Oliveira e Teixeira Dias.

Outros bairros, mais afastados das primeiras fábricas a se instalarem no Barreiro, cresceram devido
à instalação de pequenas indústrias locais. Foi o caso dos bairros Bonsucesso, Olhos D’Água e
Pilar. Mais distantes e sem muitas vias de acesso, eles mantiveram, por muito tempo, poucas relações com os bairros vizinhos.

Os tempos rurais do Barreiro, contudo, não desapareceram de uma hora para a outra. Há cerca de vinte anos, muitos bairros ainda eram ocupados por plantações de cunho agrícola. Bairros cortados por cursos d’água, como o Pongelupe e o Solar, são exemplos de locais que se mantiveram como cultivadores de gêneros agrícolas.

Boa parte da região norte do Barreiro pertencia à Fazenda do Pião, surgida depois da divisão, em 1880, da Fazenda do Barreiro. No local antes ocupado por essa propriedade rural, existem hoje os Bairros das Indústrias, Barreiro de Baixo, Conjunto Habitacional Átila de Paiva, Conjunto Habitacional João Paulo II, Maldonado, Novo das Indústrias, Olaria e Vila Santa Margarida. Mais a oeste estão os bairros Conjunto Habitacional Túnel de Ibirité, Durval de Barros, Itaipu, Lindéia, Regina, Tirol e Washington Pires. Próximo da divisa com Contagem, sua ocupação esteve influenciada pela criação de um parque industrial nessa cidade vizinha.

A Fazenda do Pião já existia antes mesmo da construção da capital. Ao contrário de sua vizinha Fazenda do Barreiro, ela permaneceu com seus primeiros proprietários, e possuía diversas lavouras agro-alimentícias. Ali se cultivavam café, feijão, milho, dentre outras coisas. Naquelas terras viviam a família Brochado e seus empregados.

A construção da primeira estação de trem da região, onde hoje se localiza a Estação BHBUS Barreiro, trouxeram novos moradores. Eram os trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil, pois era muito comum em todo o pais, a construção de casas para os ferroviários próximas às linhas e às estações. No caso do Barreiro, as moradias feitas ali passaram eram conhecidas como bairro “Ferrugem”.

Outra novidade que contribuiu para a ocupação da área aconteceu quando um cidadão italiano, da família Gatti, comprou parte da Fazenda do Pião. Ele ali criou uma pedreira e uma cerâmica, produzindo telhas e tijolos, que se destacava por sua enorme chaminé que até hoje marca fortemente a paisagem do bairro Olaria. Em torno da cerâmica dos Gatti, viviam os trabalhadores daquela indústria. A fábrica se tornou uma importante referência para a região.

Mas a grande mudança veio a partir da criação da Cidade Satélite do Barreiro. Naquele momento, a área da Fazenda do Pião tornou-se centro da região. Com o apoio dos proprietários daquelas terras, a família Brochado e a família Gatti, conjuntamente com a Prefeitura de Belo Horizonte realizaram diversas obras ali. No local chamado Vila Rica, hoje parte do bairro Barreiro de Baixo, foram instaladas casas para onde se mudaram vários funcionários da Central do Brasil. Nessa época, também foi construído, o Prédio da Residência, que oferecia vários serviços à população local, parecido com o que hoje faz a prefeitura através de sua administração regional. Belo Horizonte crescia vertiginosamente. Várias indústrias estavam sendo construídas, não só na cidade, mas em todo o país. Em Contagem, havia sido criada a Cidade Industrial, que recebeu um grande número de fábricas, estabelecendo-se ali um grande parque industrial. Nesse período, chegar ao Barreiro já não era mais tão difícil. Pouco tempo depois, a
região recebeu uma grande indústria: a siderúrgica Mannesmann, que impulsionou o crescimento dos bairros vizinhos. Com isso, bairros como o Bairro das Indústrias, Barreiro de Baixo e Vila Santa Margarida foram urbanizados, com realização de loteamentos, abertura de ruas e chegada de muitos moradores, especialmente trabalhadores das indústrias vizinhas.

Apesar de seu desenvolvimento e do crescimento da cidade, o Barreiro continuava uma região distante. Mas aos poucos ele foi tendo um centro comercial próprio. Na região do Barreiro de Baixo, onde se localizava o Prédio da Residência, surgiram estabelecimentos comerciais e outros postos de serviços. Por “ter de tudo”, aquele lugar virou o principal centro comercial da região.

O desenvolvimento industrial de Contagem e a ocupação das áreas em torno do Barreiro de Baixo favoreceram o surgimento de bairros como o Durval de Barros, Lindéia e Tirol. Com a criação da Administração Regional Barreiro, o crescimento da região se acelerou. Outros bairros foram ocupados, como o Novo das Indústrias, próximo à Mannesmann, além do Itaipu, Regina e Washington Pires, localizados perto da divisa com os municípios de Ibirité e de Contagem. Vários bairros nas proximidades do Barreiro de Baixo, como os Conjuntos Habitacionais Átila de Paiva, João Paulo II , Túnel de Ibirité e Maldonado foram criados através de programas de moradia popular nas décadas de 1970 e 1980.

A antiga região da Fazenda do Pião tornava-se, assim, o principal centro do Barreiro. Ali foram criados os primeiros bairros locais. Fábricas como a Mannesmann fizeram com que o modo de vida rural fosse substituído pelo modo de vida urbano. Como sua população vivia afastada do centro de Belo Horizonte, muitas das questões do dia-a-dia eram resolvidas ali mesmo, principalmente no Barreiro de Baixo.

A antiga Fazenda do Jatobá chegou a receber alguns colonos, já que fez parte da Ex-Colônia Vargem Grande, fazendo com que o povoamento da região só se intensificasse na década de 1960. Nessa época, foi construído o Conjunto Habitacional Vale do Jatobá, pela Companhia de Habitação de Minas Gerais – COHAB-MG, programa responsável pela construção de casas populares em nível estadual. Os bairros localizados na área da antiga Fazenda do Jatobá e na divisa com a cidade de Ibirité, foram criados por meio destes programas de moradia, como o Conjunto Habitacional Ernesto do Nascimento, Jatobá IV, Vale do Jatobá, Vila Castanheira, Vila Pinho e Vila Santa Rita. As demais áreas que foram ocupadas
recentemente, e se situavam em locais mais afastados, como Independência, Mangueiras, Mineirão, Petrópolis, Santa Cecília e Vila Marilândia.

O Vale do Jatobá era um conjunto de pequenas casas, todas parecidas. Aqueles que se mudaram para lá eram, em muitos casos, pessoas que haviam sido vítimas de enchentes ou moradores de favelas que foram removidas. Apesar da nova moradia, os habitantes do Vale do Jatobá enfrentaram muitas dificuldades em seus primeiros anos. O bairro ficava numa região muito afastada. Mesmo para se chegar ao centro do Barreiro era difícil.

Na década de 1970, com a criação da Administração Regional Barreiro, iniciou-se
a instalação de áreas industriais na região da antiga Fazenda do Jatobá dando origem aos bairros Jatobá e Jatobá Distrito Industrial. Neles foram construídas diversas fábricas que se aproveitavam das vias de acesso e dos cursos d’água da região. O Vale do Jatobá foi criado nas margens da antiga Avenida Cerâmica, atual Avenida Senador Levindo Coelho. Anos depois de sua criação, outros bairros já haviam surgido, como o Santa Cecília, Petrópolis, Mangueiras, Independência e Mineirão. Todos eles ocuparam áreas de antigas fazendas e de suas plantações. Sua população enfrentou muitas dificuldades no início, principalmente pela falta de transporte coletivo. Em áreas mais afastadas, eles tinham que ir até ao Vale do Jatobá para poder se deslocar.


A Vila Marilândia, situada na divisa do Barreiro com a cidade de Ibirité também foi loteada e ocupada durante a década de 1970. Boa parte da região da antiga Fazenda do Jatobá pertencia aos governos estadual e municipal. Como a população o de Belo Horizonte não parava de crescer ,cada vez mais pessoas não tinham lugar para morar. Para tentar solucionar esse problema, vários conjuntos habitacionais foram construídos na região. O primeiro deles, foi o Vale do Jatobá. Ao lado desse bairro, foram construídas casas no Jatobá IV. Às margens da Avenida Senador Levindo Coelho, surgiu o Conjunto Habitacional Ernesto do Nascimento. Através de um programa da Prefeitura foram construídos o Jatobá I, hoje Vila Santa Rita, o Jatobá II, atual Vila Pinho e o Jatobá III, conhecido por Vila Castanheira. Todos ficavam situados em volta do Jatobá Distrito Industrial. Apesar disso, poucos moradores trabalhavam nas indústrias da região.